Política

Filho de Bolsonaro diz que Bebianno mentiu sobre conversas com presidente

Caio César/CMRJ
Manifestação pública de Carlos Bolsonaro reforça desgaste enfrentado por ministro após caso de laranjas do PSL   |   Bnews - Divulgação Caio César/CMRJ

Publicado em 13/02/2019, às 13h21   Folhapress


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O vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) afirmou nesta quarta (13) em rede social que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, mentiu ao dizer que conversou três vezes com seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, no dia anterior. 

“Ontem estive 24h do dia ao lado do meu pai e afirmo: ´É uma mentira absoluta de Gustavo Bebbiano [sic] que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto citado pelo Globo e retransmitido pelo Antagonista´”.

A afirmação foi feita na conta do vereador no Twitter.  

Nesta terça, o ministro negou que esteja protagonizando uma crise no governo Bolsonaro e disse que trocou mensagens sobre o caso com o presidente.

Para negar seu desgaste, especialmente após a revelação pela Folha do esquema de candidaturas laranjas do PSL, Bebianno declarou ao jornal O Globo: "Não existe crise nenhuma. Só hoje falei três vezes com o presidente".

A manifestação pública do filho do presidente da República reforçou o cenário de fritura do ministro, que enfrentou críticas internas após as suspeitas de laranjas nas eleições de 2018 pelo fato de ele ser presidente interino do PSL na época. 

A pressão de Bolsonaro levou Bebianno a cancelar agendas, e aliados do presidente têm dito extraoficialmente esperar que ele peça para sair do governo.

Nesta quarta (13), a Folha revelou que Bebianno liberou R$ 250 mil de verba pública para a campanha de uma ex-assessora, que repassou parte do dinheiro para uma gráfica registrada em endereço de fachada —sem maquinário para impressões em massa.

Anteriormente, após a Folha revelar a suspeita sobre candidatura laranja em Pernambuco, Luciano Bivar, fundador do PSL e atual presidente da legenda, disse que a decisão de repasse de dinheiro para ela era do então presidente nacional do partido —no caso, Bebianno.

Na terça (12), a notícia publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo de que Bebianno levaria dois ministros para discutir obras na região amazônica também desagradou Bolsonaro, que determinou o cancelamento da viagem que ocorreria nesta quarta (13).

Oficialmente, Bebianno disse que a ida foi suspensa porque o presidente pediu que todos os ministros estivessem em Brasília no dia de sua saída do hospital, onde esteve internado desde 27 de janeiro para passar por uma cirurgia.

Por determinação de Bolsonaro, o ministro também cancelou agendas como uma reunião com o vice-presidente de Relações Institucionais da Rede Globo, emissora vista pelo núcleo familiar do presidente como hostil ao governo. 

Bebianno disse à Folha na terça que estava tranquilo e negou envolvimento com candidaturas laranjas do PSL _ele comandou interinamente o PSL entre janeiro e outubro de 2018.

"A minha parte está feita com perfeição. As contas foram aprovadas pelo TSE", disse.

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