Política

Deputados baianos pedem diálogo entre governo e caminhoneiros para evitar uma nova greve

Thomaz Silva/Agência Brasil
Os motoristas alegam que, com um novo aumento no óleo diesel e a manutenção do valor do frete, não haveria mais condições para trabalharem  |   Bnews - Divulgação Thomaz Silva/Agência Brasil

Publicado em 19/04/2019, às 17h22   Márcia Guimarães


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Com a possibilidade de uma nova greve dos caminhoneiros no próximo dia 29, confirmada por um dos líderes da categoria Wanderlei Alves, conhecido como Dedéco, o clima em Brasília começa a esquentar. Os motoristas alegam que, com um novo aumento no óleo diesel e a manutenção do valor do frete, não haveria mais condições para trabalharem. 

O deputado federal João Roma (PRB-BA) pediu parcimônia aos caminhoneiros, já que o Governo Bolsonaro tem se reunido com os principais líderes da categoria e ensaiou um acordo com eles. “Ficou claro que a política de preços da Petrobras segue uma política internacional e não haveria interferência em relação a isso. Foram anunciados uma linha de financiamento pelo BNDES que iria financiar equipamentos e pneus, e um pacote de medidas para melhorar a infraestrutura do Brasil. O governo também ofereceu um cartão com um prazo de 90 dias para segurar a indexação do preço do diesel”, lembrou Roma.

Ele acredita que os caminhoneiros devem buscar o entendimento com o governo porque, assim como eles, existem muitas categorias no Brasil, e uma não pode prevalecer sobre outra. “O diálogo é sempre o melhor caminho para buscar o entendimento, coisa que eu estou vendo de fato que deu resultados positivos na última semana. Mas, se um outro grupo quer seguir outro caminho, estamos em um país democrático. Espero apenas que façam as suas manifestações de forma ordeira, legal e que busquem não prejudicar a vida dos demais brasileiros”, acrescentou o deputado.

Seu colega na Câmara, o deputado federal Zé Neto (PT-BA) vê o Brasil entrando em um processo de avaliação da realidade, na qual as pessoas começarão a entender “o que é ser pé no chão e o que é apenas fazer discurso fácil”. “Agora é o momento de definição e espero que ele [Bolsonaro] escolha o Brasil que ele propagou, que é para os brasileiros. Até agora, o que nós vimos, infelizmente, foi um Brasil dos interesses do mercado externo. Espero que ele possa evitar a greve, negociando com os caminhoneiros, que inclusive, a grande maioria foi base para a eleição dele. Torço para que não aconteça outra greve e que o governo dele olhe mais para o Brasil e menos para o mercado”, pediu Zé Neto.

Para a presidente do PSL na Bahia, deputada federal Dayane Pimentel, Bolsonaro sempre foi sensível à causa dos caminhoneiros, classe está muito desgastada por ter que enfrentar estradas ruins e fretes com valores ultrapassados. "Esse aumento do diesel seguiu não o desejo do presidente, mas o que indica a cotação do mercado. Sabemos que o controle dos preços à base da canetada levou nosso país ao caos econômico e fiscal, que é a causa para essa crise que afeta os caminhoneiros. É preciso ter paciência. Pegamos o país em frangalhos após 16 anos de governos perdulários e corruptos. Estamos tentando aprovar uma reforma da Previdência que corta em nossa própria carne. Eu mesma já abri mão de minha aposentadoria especial como parlamentar. Não completamos nem quatro meses de administração e é preciso, repito, ter paciência. Vamos buscar conversar com os caminhoneiros para que encontremos uma solução que não seja a paralisação", comentou a parlamentar. 

*Atualizada às 19h18

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