Política

Vereadora evangélica provoca polêmica ao anunciar homenagem a embaixador de Israel na Câmara de Salvador

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Marcos Mendes (PSOL) apresentou requerimento para cancelar a sessão especial agendada para esta terça (14)   |   Bnews - Divulgação BNews

Publicado em 13/05/2019, às 19h41   Henrique Brinco e Eliezer Santos


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Uma proposta de honraria ao embaixador de Israel no Brasil, Yossi Avraham Shelley, suscitou tensão na Câmara de Vereadores na sessão desta segunda-feira (13) entre os vereadores Marcos Mendes (PSOL) e Lorena Brandão (PSC), autora da homenagem.

Marcos Mendes manifestou repúdio e pediu cancelamento da sessão especial em comemoração aos 71 anos de Fundação do Estado de Israel e Título de Cidadão da Cidade do Salvador ao embaixador prevista para as 19 horas desta terça-feira (14).

“Não há qualquer pertencimento por parte da cidade de Salvador que justifique a homenagem ao estado de Israel e ao se representante [...] Os estudiosos do tema entendem que milhares de palestinos estão vivendo em situação de apartheid, com agravante de que Israel detém o domínio de recursos naturais e da água. Ademais, o estado israelense, com o apoio das grandes potências, difundiu o sentimento de xenofobia contra o povo árabe”, disse Mendes.

“A referida sessão está legitimando um Estado acusado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU por crimes de guerra e crimes contra a humanidade”, acrescentou.

A vereadora Marta Rodrigues (PT) também discursou contra a realização da sessão especial.

Marcos Mendes é requerente da Sessão Especial para homenagear a memória da líder religiosa e educadora, Makota Valdina, na próxma segunda-feira (20), conforme está publicado na agenda pública da CMS.

Ao BNews, Lorena Brandão retrucou: eu estou chocada, vou falar uma palavra popular, porque Marcos Mendes é um vereador que eu admiro profundamente, um homem profundamente preparado, eu sempre acompanhei a campanha dele para governador e ficava ‘meu Deus, que preparo’. Muito me admira o tamanho da ignorância de falar uma coisa dessa [...] Não sei se ele já foi alguma vez a Israel, eu já fui seis vezes.

Segundo ela, os ataques de Israel a palestinos acontecem apenas sob “provocação”. “Se há beligerância é por conta de uma provocação que não é deles. Eu estou acostumada a andar em Israel, viver com o povo de Israel e saber que os nossos motoristas árabes que dirigem nossos ônibus se beijam com nossos guias judeus. Estou cansada de conhecer instituições que trabalham com árabes e judeus juntos”.

“Israel, como a bíblia diz, fez o deserto florescer. E lá no deserto floresce para quem, senão para os beduínos, com água encanada que o governo de Israel traz. Então, isso é um profundo absurdo, é uma colocação de profunda ignorância”, acrescentou.

Os reclames da cristã também recaíram sobre o presidente da Casa, Geraldo Júnior (SD), a quem ela acusou de ter “cerceado” sua manifestação em Plenáro.

“Mas o que mais me deixa desse jeito aqui é saber que o meu presidente Geraldo Júnior cerceou meu direto de defesa porque meu nome foi citado na tribuna e eu não pude me defender nessa Casa”.   

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