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Vereadora evangélica expulsa militante da causa palestina durante homenagem a embaixador de Israel em Salvador

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"Exijo que a polícia militar faça valer o regimento dessa casa", vociferou Lorena Brandão  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 15/05/2019, às 00h22   Henrique Brinco


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Uma mulher militante da causa palestina foi expulsa do plenário da Câmara Municipal de Salvador, na noite desta terça-feira (14), pela vereadora Lorena Brandão (PSC). Na ocasião, a edil presidia uma sessão especial em homenagem ao embaixador de Israel no Brasil, Yossi Avraham Shelley.

A mulher estava com uma faixa com a bandeira da Palestina e esperou o final dos discursos antes de se aproximar da Mesa Diretora para protestar contra a realização do evento. Contrariada, a vereadora, que faz parte da bancada evangélica, exigiu a expulsão dela. Um vídeo enviado para a reportagem do BNews registrou toda a cena.

"Vamos continuar a nossa sessão solene. Peço ao capitão que conduza nossa amiga palestina para fora do plenário, porque não vamos interromper a nossa sessão hoje. O regimento dessa casa me garante que eu possa ter segurança no meu ambiente de trabalho. Exijo que a polícia militar faça valer o regimento dessa casa", vociferou a edil, que foi aplaudida pelos convidados presentes. Logo em seguida, os policiais conduziram a mulher para fora da sessão. 

O estabelecimento do Estado de Israel se deu há 71 anos, em 8 de maio, data em que são realizados eventos festivos. “Essa é a data mais importante para o povo judeu. Salvador está tendo a honra de poder fazer essa homenagem e eu me sinto muito honrada de estar à frente dessa sessão”, disse a vereadora, durante o evento. “Estamos celebrando ainda mais a união entre o país e a Terra Santa. Esse é um ato profético de agradecimento a Deus pela união entre Brasil e Israel”.

Mais polêmica
Horas antes da sessão especial, vereadores oposicionistas também fizeram fotos para protestar contra a realização da sessão especial convocada por Lorena. Suíca, Marcos Mendes, Marta Rodrigues, Aladilce Souza, Silvio Humberto e José Trindade seguraram a faixa com as cores da bandeira da palestina durante a sessão ordinária.

No dia anterior, Marcos Mendes manifestou repúdio e pediu cancelamento da sessão especial. “Não há qualquer pertencimento por parte da cidade de Salvador que justifique a homenagem ao estado de Israel e ao se representante [...] Os estudiosos do tema entendem que milhares de palestinos estão vivendo em situação de apartheid, com agravante de que Israel detém o domínio de recursos naturais e da água. Ademais, o estado israelense, com o apoio das grandes potências, difundiu o sentimento de xenofobia contra o povo árabe”, justificou.

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