Política

Barraqueiros dizem que foram expulsos do Terreiro de Jesus; Prefeitura alega "conflito de interesses"

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Trabalhadores ameaçavam fazer um protesto durante o discurso do prefeito ACM Neto  |   Bnews - Divulgação BNews/Vagner Souza

Publicado em 07/06/2019, às 20h04   Henrique Brinco


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Os barraqueiros que atuavam no Terreiro de Jesus antes da requalificação, entregue na noite desta sexta-feira (7), abordaram o BNews pouco antes da cerimônia de inauguração do local para reclamar que foram expulsos da região pela Prefeitura de Salvador e que estão sem ter onde trabalhar.

O grupo também abordou o titular da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECULT), Claudio Tinoco (DEM) para cobrar uma posição a respeito do caso. O gestor ouviu os questionamentos e mediou a situação, já que os barraqueiros ameaçavam fazer um protesto durante o discurso do prefeito ACM Neto (DEM). Ao BNews, o democrata informou que há diálogo aberto com os trabalhadores.

"Nós fomos designados para conversar com a comunidade. Temos uma diretoria de gestão do Centro Histórico, que procura mediar os interesses e solucionar os possíveis conflitos. A gente tem um comércio formal permanente no entorno do Terreiro", destacou, lembrando que a ocupação começou quando a Terça da Bênção era realizada no local.

"O que nós encontramos aqui é um certo conflito de interesses. Parte da comunidade acha que essa ocupação é inadequada para o conjunto arquitetônico do Terreiro de Jesus. Então, estamos dialogando", completa o secretário.

Durante o discurso da inauguração, Neto informou aos espectadores presentes que Felipe Lucas, titular da Secretaria Municipal de Ordem Pública, também foi designado para fazer o ordenamento dos barraqueiros. "Queremos que os homens e mulheres de bem trabalhem", destacou.

As intervenções custaram R$ 1,6 milhão e correspondem à primeira ação estrutural feita no local desde a década de 1950. Ao longo do tempo, o Terreiro de Jesus sofreu diversas descaraterizações, com a supressão e/ou modificação de elementos urbanísticos e paisagísticos.

O projeto atual, coordenado pela Fundação Mario Leal Ferreira (FMLF) e desenvolvido pelo escritório A&P Arquitetura e Urbanismo, consiste no resgate da proposta de Burle Marx com as atualizações funcionais e paisagísticas necessárias para os tempos atuais. 

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