Política

Não existe confiança 100%, afirma Bolsonaro sobre Moro

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Presidente se pronunciou um dia após divulgação de novos trechos de conversas do ministro  |   Bnews - Divulgação Folhapress

Publicado em 15/06/2019, às 16h39   Folhapress


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Um dia após a divulgação de novos trechos de conversas privadas em que o então juiz Sergio Moro passa orientações a procuradores da Lava Jata, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) defendeu o legado de seu ministro da Justiça mas disse que não existe confiança 100%. "Meu pai dizia para mim: confie 100% só em mim e minha mãe".

Neste sábado (15), Bolsonaro voltou a defender Moro das suspeitas de ter atuado em conluio com o Ministério Público Federal nos processos da Lava Jato, conforme indicam conversas privadas vazadas pelo site Intercept Brasil. Uma fonte anônima, segundo o Intercept, repassou mensagens no aplicativo Telegram de 2015 a 2018.

Segundo Bolsonaro, Moro não perdeu a credibilidade que tem com ele, mas não há confiança em 100%. "Eu não sei das particularidades da vida do Moro. Eu não frequento a casa dele. Ele não frequenta a minha casa por questão até de local onde moram nossas famílias. Mas mesmo assim, meu pai dizia para mim: confie 100% só em mim e minha mãe", disse Bolsonaro, em rápida conversa com jornalistas na porta do Palácio do Alvorada, em Brasília.

O site divulgou no domingo (9) as primeiras conversas entre Moro e membros do MPF na época em que atuava na força-tarefa da operação. As mensagens atribuídas Sergio Moro e ao procurador da República Deltan Dallagnol mostram que os dois trocavam colaborações quando integravam a força-tarefa da Operação Lava Jato.

Bolsonaro indicou que ninguém é inabalável no cargo e citou a situação do general Santo Cruz, demitido na última semana da Secretaria Geral de Governo.

"Todo mundo pode ser [demitido]. Muita gente se surpreendeu com a saída do general Santos Cruz. Isso pode acontecer. Muitas vezes, a separação de um casal você se surpreende: 'mas viviam tão bem!'. Mas a gente nunca sabe qual a razão daquilo. E é bom não saber. Que cada um seja feliz da sua maneira". O presidente não deu detalhes sobre o que motivou a saída de Santos Cruz.

Questionado se os diálogos não representariam irregularidades, o presidente fez questão de ressaltar os resultados da atuação de Moro no combate à corrupção.

"Tem um crime de invadir o celular do caboclo lá. E outra, tem programa que eu tive acesso de você forjar conversa e ponto final. O que interessa? O Moro foi responsável, não por botar um ponto final, mas por buscar uma inflexão na questão da corrupção e mais importante: livrou o Brasil de mergulhar em uma situação semelhante a da Venezuela. Onde estaria em jogo não o nosso patrimônio, mas a nossa liberdade", disse.

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