Política

PSL pagou serviços da campanha de Bolsonaro com dinheiro do fundo partidário

Valter Campanato/Agência Brasil
Durante as eleições de 2018, Jair Bolsonaro gostava de destacar que havia chegado ao segundo turno sem usar fundo partidário durante a campanha  |   Bnews - Divulgação Valter Campanato/Agência Brasil

Publicado em 21/07/2019, às 18h14   Redação BNews


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Durante as eleições do ano passado, o então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro gostava de destacar que havia chegado ao segundo turno sem usar dinheiro do fundo partidário durante a campanha – algo que a legislação brasileira permite aos partidos.

Na prestação de contas à Justiça Eleitoral, Bolsonaro informou que os R$ 2,8 milhões gastos foram integralmente oriundos de doações. Contudo, documentos obtidos pelo jornal O Globo, junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), indicam que a campanha de Bolsonaro utilizou indiretamente ao menos R$ 1 milhão do fundo partidário concedido ao PSL no ano passado.

De acordo com a publicação, em junho de 2018, o então presidente da legenda, Gustavo Bebianno, contratou os serviços da empresa J&J Marketing por R$ 500 mil. A J&J prestava consultoria a coordenação de campanha do então pré-candidato Jair Bolsonaro.

A empresa também ficou incumbida de produzir pelo menos 20 vídeos com títulos focados em áreas sensíveis ao candidato. Entre os títulos estão “Bolsonaro contra o idealismo socialista (ideologia de gênero embutida)”; “Bolsonaro Racista, Fascista, Misógino e homofóbico” e “Bolsonaro e a religião”. 

Outra empresa contratada pelo PSL com recurso do fundo partidário foi a AM4 Brasil, que produzir conteúdo e monitorou as redes da legenda, além de ter desenvolvido o site da candidatura de Bolsonaro. A AM4 recebeu R$ 480 mil em seis parcelas de R$ 80 mil.

As notas obtidas pelo O Globo também revelam que o PSL contratou com R$ 53,4 mil do fundo partidário uma consultoria para orientar os correligionários a respeito de estratégias para estimular doações de campanha nas redes sociais. Procuradas pela reportagem, J&J Marketing, Ideia Digital e PSL não se manifestaram.

A AM4, por sua vez, negou que tenha recebeu recursos do fundo partidário para atuar na campanha do ano passado. Já a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) afirmou que Bolsonaro não teve conhecimento sobre o uso de recursos públicos na contratação de empresas que trabalharam em sua campanha.

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