Política

Miriam Leitão é atacada e chega ao topo do Twitter neste domingo

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Durante a prisão, mesmo estando grávida, ela foi torturada de diversas formas por três meses  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 21/07/2019, às 17h58   Redação BNews


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A jornalista Miriam Leitão foi um dos Trending Topics do Twitter neste domingo (21). Perfis bolsonaristas e bots – perfis falsos controlados por robôs – lançaram a hashtag #MiriamLeitaoTerroristaSim para reforçar a informação difundida pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), que posteriormente foi caracterizada como fake news.

Durante um café da manhã com jornalistas na sexta-feira (19), Bolsonaro disse que Miriam falta com a verdade ao dizer que foi torturada no período da ditadura militar. “Ela estava indo para a guerrilha do Araguaia quando foi presa em Vitória. E depois (Miriam) conta um drama todo, mentiroso, que teria sido torturada, sofreu abuso etc. Mentira. Mentira”, afirmou o o presidente.

No mesmo dia, a Globo divulgou uma nota oficial, repudiando as declarações mentirosas do presidente, e o documento foi lido ao vivo no Jornal Nacional. “Essas afirmações do presidente causam profunda indignação e merecem absoluto repúdio. Em defesa da verdade histórica e da honra da jornalista Miriam Leitão, é preciso dizer com todas as letras que não é a jornalista quem mente”, afirma trecho do texto.

No sábado (20), a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também se manifestou contra as declarações do presidente: “As consequências para a liberdade de expressão e para a segurança de profissionais da imprensa são graves, como mostra o recente cancelamento da participação de Miriam e de seu marido Sergio Abranches na 13ª Feira do Livro de Jaraguá do Sul”, destacou a entidade.

Miriam Leitão foi presa em 1972, aos 19 anos. Ela era estudante universitária e filiada ao PCdoB. Distribuía panfletos e pichava muros com críticas à ditadura. Segundo a jornalista, ela nunca participou da luta armada ou pensou em ir para a Guerrilha do Araguaia, como alegou o presidente.

“Não estava indo para a guerrilha do Araguaia. Nunca fiz qualquer ação armada”, garantiu Miriam. Durante a prisão, mesmo estando grávida, ela foi torturada de diversas formas por três meses.

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