Política

Neto diz que não viu declarações de Bolsonaro sobre governadores nordestinos

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Presidente do DEM afirma só ter visto as repercussões geradas a partir do episódio da última sexta (19). Jair Bolsonaro utilizou termo “Paraíba” para se referir ao Nordeste  |   Bnews - Divulgação Adenilson Nunes/BNews

Publicado em 22/07/2019, às 14h24   Marcos Maia


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O presidente nacional do DEM ACM Neto afirmou na manhã desta segunda-feira (22) que não viu as declarações dadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) a respeito dos governadores nordestinos, mas apenas as repercussões geradas a partir do episódio. “É muito difícil você comentar algo que você não ouviu na origem”, ponderou. 

Na última sexta-feira (19), pouco antes de um café da manhã com jornalistas, em conversa privada com o ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni (DEM), o presidente usou o termo "Paraíba" - utilizado na região Sudeste para se referir pejorativamente à imigrantes nordestinos - para se referir ao Nordeste e aos governadores da região.

"Dos governadores de Paraíba, o pior é o do Maranhão. Tem que ter nada pra esse cara", disse Bolsonaro na ocasião. O presidente e o ministro não perceberam que o microfone estava ligado. A declaração citava mais especialmente o governador Flávio Dino (PC do B), mas foi o suficiente para que os governadores da região redigissem uma carta de repúdio.

Neto afirmou que é amigo do governador do maranhão Flávio Dino, e destacou que o DEM integra a base do governante no estado. “Estive esse ano em São Luiz do Maranhão e participei de um evento ao lado do governador Flávio Dino. Os meus amigos, não são exatamente os mesmos que os do presidente da república”, salientou. 

O democrata também avaliou que não é “colunista” ou “comentarista político” para manifestar opinião sobre declarações presidenciais, e acrescentou que seus pensamentos a respeito do nordeste são do conhecimento de todos. 

“Eu defendo o Nordeste acima de tudo. Penso que o governo Federal deva ter um trabalho junto aos governos estaduais independente da coloração político-partidária para ser diferente do governo do PT no poder, que só fez perseguir os adversários”, afirmou.

Neto, inclusive, disse que foi um exemplo deste modus operandi, e que “se quer a pão e água” foi tratado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) durante seus anos de governo. “Hora nenhuma eu procuro utilizar isso como desculpa, porque fiz aqui o meu dever. Quando me elegi, já sabia que o ambiente político seria hostil, e no Brasil, infelizmente, é assim”, avaliou.

O presidente do DEM ainda comentou que o ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) também atuou pra prejudicar o então governador Paulo Souto, atual secretário municipal da Fazenda, em seu último ano à gente do governo do Estado da Bahia. 

Neto reiterou que possui “divergências de opinião com o presidente em certos temas”. “Isso já aconteceu outras vezes e vai se repetir porque, eu não sou a cabeça dele nem ele a minha cabeça. Eu não tenho que pensar como ele, nem ele tem que pensar igual a mim”, disse.

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