Política

Líder do governo de Bolsonaro no Senado e filho são alvos de investigação da PF por propinas de R$ 5 milhões

Geraldo Magela/Agência Senado
Na manhã desta quinta-feira (19), o órgão deflagrou uma operação no Congresso Nacional para averiguar os parlamentares.   |   Bnews - Divulgação Geraldo Magela/Agência Senado

Publicado em 19/09/2019, às 12h38   Redação BNews


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O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo Bolsonaro no Senado, e o filho, deputado Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM-PE) são alvos da Polícia Federal (PF) por suspeita de receberem juntos R$ 5, 538 milhões em propina de empreiteiras. 

As informações fazem parte da decisão que autorizou a operação, obtida pela TV Globo. Na manhã desta quinta-feira (19), o órgão deflagrou uma operação no Congresso Nacional para averiguar os parlamentares. 

Por meio de nota, o advogado do senador Fernando Bezerra Coelho, André Callegari, afirmou que as medidas se referem a "fatos pretéritos". Segundo ele, o que motivou a ação da PF foi "a atuação política e combativa do senador" contra interesses de "órgãos de persecução penal".

A operação, chamada Desintegração, se baseia em delações premiadas da Operação Turbulência, deflagrada em junho de 2016. Um dos delatores é o empresário João Lyra, apontado em investigações como operador financeiro de supostos esquemas criminosos em Pernambuco.

As denúncias apontam irregularidades em obras no Nordeste, como a transposição do Rio São Francisco, no período em que Bezerra foi ministro da Integração Nacional, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

'Vantagens indevidas'

De acordo com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que é relator do caso e autorizou as buscas, a PF juntou "elementos de prova que indicaram o recebimento, ao menos entre 2012 e 2014, de vantagens indevidas pelos investigados, pagas por empreiteiras, em razão das funções públicas por eles exercidas". Os indícios são de corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral.

O ministrou recomendo que as buscas fossem acompanhadas por funcionários do Senado com os agentes da PF, por cautela. Barroso também rejeitou sequestro e bloqueio de bens de Fernando Bezerra Coelho e do filho por considerar que seriam medidas "apressadas".

As buscas desta quinta são relacionadas às empresas que teriam participado do esquema de repasses.

Os investigados foram ainda intimados a comparecer, caso quisessem, para prestar depoimentos. Pela decisão de
Barroso, tinham o direito de não ir, ir e ficar em silêncio ou ir com um advogado.

Bloqueio de bens

Sobre o bloqueio de bens solicitado, no valor de R$ 5,5 milhões em relação ao senador e de R$ 1,7 milhão em relação ao filho, o ministro considerou que era preciso aprofundar as investigações.

Fernando Bezerra disse que conversou por telefone com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O Palácio do Planalto ainda não confirmou se vai trocar o líder.

Bolsonaro chamou sua equipe, no Palácio da Alvorada, para avaliar os efeitos da operação da PF contra o líder do governo no Senado. Segundo assessores, o presidente quer saber detalhes das investigações e como elas atingem o senador e seu filho, o deputado Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM-PE).

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