Lava Jato e O Antagonista criaram esquema para interferir na escolha do presidente do BB, diz site

O The Intercept denunciou, nesta segunda-feira (20), que procuradores da Lava Jato utilizaram o site O Antagonista para influenciar na escolha do presidente do Banco do Brasil (BB) no Governo Bolsonaro. Mensagens trocadas pela força-tarefa e Claudio Dantas, um dos jornalistas responsáveis pelo Antagonista, no Telegram mostram o trabalho do grupo para tentar barrar que o ex-presidente da Petrobras Ivan Monteiro assumisse a presidência do banco.

No final de 2018, Monteiro era um dos principais nomes na disputa e seria a escolha do ministro da Economia, Paulo Guedes, pois teria ‘salvado as contas da Petrobras’. No entanto, após ser bombardeado pelo site, graças aos documentos enviados pelos procuradores, Monteiro perdeu a chance e viu Rubens Novaes ser indicado pelo ministro da Economia para comandar o BB. 

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O boicote ao ex-presidente da Petrobras teria sido comandado pelo grupo político comandado pelo ex-deputado federal e atual chefe da Casa Civil do Planalto, Onyx Lorenzoni. A ajuda do amigo Deltan Dallagnol, procurador responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba, foi fundamental para que a estratégia desse certo.

De acordo com o The Intercept, o caso é o ‘mais escandaloso de uma relação promíscua entre o grupo comandado por Deltan Dallagnol e os jornalistas do Antagonista’. De acordo com a denúncia, com o objetivo de receber as informações em primeira mão, a equipe do site deixa de fiscalizar ‘o poder e os poderosos’. Os procuradores já teriam, inclusive, interferido diretamente na direção editorial do site. As informações sobre o relacionamento entre O Antagonista e os juristas foram passadas ao The Intercept por uma fonte anônima.