Política

Movimentos sociais saem em defesa da secretária de Cultura, Arany Santana

Vagner Souza
Blocos afros estariam com dificuldades para acessarem recursos para o Carnaval e questionaram a postura da secretária e da sub  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza

Publicado em 12/02/2020, às 14h51   Redação BNews


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A secretária estadual de Cultura da Bahia, Arany Santana, tem sido acusada de “repassar” atividades da pasta para a chefe de gabinete, Cristiane Taquari. De acordo com informações do site Política Livre, blocos afros estariam com dificuldades para acessarem recursos para o Carnaval e questionaram a postura da secretária e da sub. Contudo, movimentos sociais saíram em defesa da gestora.

O bloco Ilê Aiyê divulgou nota e apontou para críticas racistas e machistas. “Em uma sociedade machista e racista, essa relação impera como forma de manutenção de privilégios de uma minoria sobre a massa populacional. Porém, quando alguns poucos conseguem romper com esse modelo e chegam ao poder, as estruturas antes detentoras desse privilégio fazem uma movimentação e se   organizam de forma sistemática, com o intuito de manutenção do status quo. Críticas, intrigas, fake news e até mesmo sabotagem são algumas das ações que esses grupos impõem na busca por conseguir minar e levar à derrocada quem não atende aos seus anseios. E é isso que estamos vendo acontecer junto à pasta da Cultura do governo do Estado da Bahia, onde a secretaria Arany Santana - mulher, negra, funcionária pública de carreira, pessoa oriunda da periferia de Salvador - vem sofrendo ataques surreais que possuem apenas um objetivo: provocar a demissão de um dos poucos quadros negros que fazem parte do primeiro escalão desse governo. A Associação Cultural Bloco Carnavalesco Ilê Aiyê repudia todos os ataques feitos a secretária  de Cultura do Estado da Bahia, ao tempo em que se solidariza com a mesma, entendendo que nos últimos anos a  referida pasta conseguiu grandes avanços, principalmente para instituições de pequeno porte que enriquecem e descentralizam a cultura baiana”.

O Coletivo Estadual de Mulheres do PT também divulgou nota de repúdio sobre o caso. É sabido que a sociedade reflete as estruturas do patriarcado em todos os espaços sobretudo nos de poder. Assim sabemos também que quando uma mulher ocupa um espaço de poder ela é alvo das críticas mais sortidas e vis. Cabe a chefe de gabinete de um órgão, por exercício de ofício, entre outras funções, encaminhar as ordens deliberadas por uma secretária. Portanto é evidente que passa pelo crivo da chefia de gabinete, respeitando hierarquias e pautas os atendimentos que fará a secretária. A matéria publicada com opiniões sem identificação, ao reproduzir uma prática comum ao ofício como algo arrevesado, não nos deixa dúvida que só o machismo explica. Explica também porque acovardamento é um substantivo masculino, pois na intenção de desacreditar a capacidade e a grandeza da Secretaria e sua chefe de gabinete, o máximo que um homem consegue fazer é plantar uma nota injusta e desonesta, escondendo seu nome. Explica também porque coragem é substantivo feminino, pois diante de tantas dificuldades de gestar uma política pública de cultura, essas mulheres não vacilam. Executam com maestria. Fala sobre o que esse homem? Um conjunto de nada. O que falam essas mulheres? Coragem e competência! Companheiras Arany e Cristiane, estamos juntas contra toda forma de opressão”.

Classificação Indicativa: Livre

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