Política

Moro indicou sete provas para comprovar acusações contra Bolsonaro durante depoimento

Reprodução/Agência Brasil
Ex-ministro disse que três ministros da ala militar testemunharam pressões do presidente sobre funcionamento da PF  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Agência Brasil

Publicado em 04/05/2020, às 13h35   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

Em seu depoimento à Polícia Federal, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro indicou a existência de ao menos sete provas que corroboram as acusações que fez ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao desembarcar do governo no último dia 23 de abril. 

De acordo com informações divulgadas pelo jornal O Globo nesta segunda-feira (4), Moro citou que ao menos três ministros da ala militar - Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional; Braga Netto, da Casa Civil; e Luiz Eduardo Ramos, Secretaria de Governo - testemunharam as pressões de Bolsonaro sobre a instituição.

Os depoimentos dos ministros precisarão ser colhidos para que a investigação verifique a veracidade dos fatos. O principal elemento apresentado à investigação foi o aparelho celular de Moro, para cópia do conteúdo das conversas com Bolsonaro e com a deputada federal Carla Zambelli (PSL) - de quem o ex-ministro foi padrinho de casamento.

Segundo a publicação, o ex-ministro apagava as mensagens que trocava com frequência por temer um ataque hacker. Os peritos conseguiram recuperar as mensagens referentes ao período de 15 dias atrás. Análises preliminares não detectaram informações relevantes entre as conversas mantidas por Moro com ministros e integrantes do governo.

Dentre as mensagens trocadas entre o ex-ministro e o presidente, a PF confirmou a existência do diálogo no qual Bolsonaro manifesta preocupação com o inquérito em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre fake news que poderia atingir dez deputados bolsonaristas. A conversa foi revelada pelo Jornal Nacional.

Informações preliminares apontam que também existem mensagens enviadas por Bolsonaro na qual ele manifestaria vontade de trocar o comando da Superintendência da PF em Pernambuco, outra mensagem indicando preocupação do presidente com inquéritos em curso no STF e uma conversa na qual Bolsonaro verbalizou sua intenção de demitir ex-diretor da PF Maurício Valeixo. 

Peritos da PF ainda farão um relatório sobre o conteúdo das conversas existentes no celular. Moro também apontou a existência de provas documentais, tanto dentro da PF como na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que comprovam o envio de relatórios de inteligência da corporação destinados à tomada de decisões estratégicas pelo presidente.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, autorizou na última segunda-feira (27) a abertura de um inquérito para apurar as denúncias feitas por Moro, após o pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Agora, caberá à PGR indicar a realização de novas diligências para dar prosseguimento às investigações após o depoimento do ex-ministro.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp