Política

Chefe do serviço paralelo de informação de Bolsonaro diz que realiza "compliance"

Marcos Corrêa // PR
Coronel Marcelo Costa Câmara conduz investigações e produz dossiês que já provocaram a demissão de ministros   |   Bnews - Divulgação Marcos Corrêa // PR

Publicado em 29/05/2020, às 14h48   Redação BNews


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O coronel Marcelo Costa Câmara, que ocupa o cargo de assessor especial do gabinete pessoal do presidente da República. Mas segundo matéria da Veja, ele é muito mais que um assessor. Em entrevista à publicação, Câmara disse que "o gabinete pessoal trabalha com as coisas do presidente. Se tiver uma demanda, a gente faz um assessoramento, a parte de compliance. É só isso".

Apesar de ter afimado que realiza trabalho de compliance durante a entrevista, a Veja afirma que o trabalho do coronel do Exército Marcelo Costa Câmara é bem diferente. Ocupando uma sala no 3º andar do Palácio do Planalto, a poucos metros do gabinete do presidente, ele é um assessor mais do que especial. Por determinação de Jair Bolsonaro, conduz investigações, reúne informações e produz dossiês que já provocaram a demissão de ministros e diretores de estatais, debelaram esquemas de corrupção que operavam em órgãos do governo e fulminaram adversários políticos. Tudo de maneira muito discreta, sem alarde, praticamente às escondidas, conforme à publicação. 

São vários os exemplos de atuação do militar no govreno, como na disputa pode poder que havia entre o então ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto Santos Cruz, e Carlos Bolsonaro, o filho do presidente, que suspeitava que o militar conspirava contra o pai. Na época, circularam mensagens de WhatsApp, atribuídas ao ministro, com críticas pesadas a membros do governo. Incentivado pelo filho, Bolsonaro quis demitir o general, mas decidiu antes acionar o coronel Câmara, que investigou o caso e descobriu tratar-se de uma armação contra o ministro, que ganhou uma sobrevida. Mais tarde, porém, a mesma mão que salvou o general fez chegar ao presidente a informação de que Santos Cruz o havia criticado numa conversa com colegas das Forças Armadas durante um evento em São Paulo. O ministro foi demitido.

O que se sabe é que o assessor está no planalto todos os dias, sempre, e que sua agenda é quase totalmente dedicada a “despachos internos”: “Se não ficou claro é porque são coisas pessoais sobre as quais não vou falar”, disse o espião do presidente, segundo a Veja, antes de educadamente agradecer e desligar o telefone.

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