Política

PT Bahia repudia fala de presidente do partido de Curaçá que defendeu policial ser chamado de macaco

Reprodução
Diretório estadual pediu desculpas à vítima da injúria racial e ao conjunto de movimento negro  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 24/09/2020, às 11h44   Yasmin Garrido


FacebookTwitterWhatsApp

O diretório estadual do Partido dos Trabalhadores na Bahia (PT-BA) repudiou a fala do presidente da sigla de Curaçá, Júlio Cezar Lopes, sobre o episódio envolvendo a filiada Libânia Maria Dias Torres, acusada de injúria racial, ao chamar um policial de macaco.

“Acreditamos que é inadmissível a lembrança do uso do termo “macaco” empregado pelo cangaço para se referir a policiais e pistoleiros que o perseguiam. O termo sobrevive no linguajar popular do norte baiano e em outros estados do Nordeste, mas registra um período histórico que não se encaixa no contexto utilizado contra um policial negro no exercício do seu trabalho”, escreveu a executiva estadual do partido.

O presidente do PT em Curaçá disse, nesta quarta-feira (23), por meio de nota já retirada das redes sociais, que creditava as palavras ditas pela servidora “não a racismo, mas à cultura nordestina e Curaçaense, herdada de Lampião, de chamar policiais de Macaco”. Já nesta quinta (24), ele divulgou novo documento se desculpando.

“O PT Bahia, em nome de todos os seus militantes, reforça o pedido de desculpas à vítima da injúria racista e, também, ao conjunto do movimento negro, que cotidianamente combate o racismo na sociedade brasileira, assim como as mazelas provocadas pela desigualdade social”, contiuou o diretório estadual da legenda.

Por fim, a executiva estadual afirmou que “a conduta de todos os filiados ao Partido dos Trabalhadores, independentemente das funções partidárias que exerçam, será disciplinada pelo estatuto da sigla. “O PT da Bahia designará as instâncias partidárias responsáveis para a apuração do caso supracitado”, concluiu.

O governador Rui Costa (PT) também repudiou o episódio e disse, em entrevista nesta quinta-feira (24), que condena “qualquer fala, de qualquer que seja, de ofensa a outra pessoa”. Ainda segundo ele, “não podemos desqualificar pessoas com comparações esdrúxulas, racistas e preconceituosas”.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp