Política

Ex-porta-voz de Bolsonaro critica o uso de "cercadinho" para entrevistas

José Dias / PR
Rêgo Barros criticou hábito de Bolsonaro de conceder entrevista para apoiadores na porta do Palácio do Planalto  |   Bnews - Divulgação José Dias / PR

Publicado em 20/10/2020, às 09h48   Redação BNews


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O ex-porta-voz do presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem Partido), o general Otávio Rêgo Barros criticou o costume criado por Bolsonaro de conceder entrevista para apoiadores na porta do Palácio do Planalto, no famoso “cercadinho”.  


“Tecnicamente, fica muito difícil estabelecer uma estrutura comunicacional com a sociedade colocando na linha de frente a principal autoridade que promove a geração da informação”, disse Rêgo Barros na 1ª entrevista depois de deixar o cargo ao Programa Conversa com Bial, da TV Globo, na madrugada desta terça-feira, 20.


O antigo encarregado pela comunicação institucional da Presidência afirmou que essa prática de Bolsonaro provocou um esvaziamento de sua função: “Se fosse jornalista, você ia entrevistar o zagueiro do Íbis ou o Messi?”.


O governo federal anunciou no dia 26 de agosto que extinguiria o cargo de porta-voz e oficializou a saída de Rêgo Barros no último dia 7; Totalizando 1 ano e meio como interlocutor do presidente, função agora atribuída ao Ministério das Comunicações, recriado em junho.


Rêgo Barros admitiu que não tinha autoridade para repreender o presidente da República por frases controversas a exemplo do: “e daí?”, “Lamento”, “Quer que eu faça o quê?“, ditas por Jair Bolsonaro em abril ao ser indagado sobre o números de mortos por covid-19 no país:. “Eu não tive a possibilidade de poder colaborar com o presidente. Muito gostaria”.


“Eu fui para o governo muito entusiasmado com o projeto do Bolsonaro. Na verdade, eu continuo entusiasmado, embora algumas mudanças venham ocorrendo ao longo desse 1 ano e meio”, admitiu o general do exército ao apresentador da Globo.


Antes de assumir a função de porta-voz da Presidência, o general chefiava o Centro de Comunicação Social do Exército. O militar também foi assessor da extinta SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos). Ao avaliar o período que passou no governo, Rêgo Barros declarou: “Eu cumpri o meu papel, o que era possível ser cumprido, com a minha equipe unida, coesa e com objetivos profissionais muito bem definidos”.

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