A viagem do prefeito João Henrique para a Europa por 15 dias não repercutiu bem nos bastidores da Câmara Municipal de Salvador. Nos corredores, a justificativa oficial que apontava para a importância de discutir um novo modelo tributário na Espanha, definitivamente, não colou. Soou muito mais como uma 'fuga' da calorosa recepção popular do Dois de Julho do que como uma tentativa de melhorar finanças de Salvador. E o mais grave: a cidade ficou sem comandante, já que o vice-prefeito, Edvaldo Brito, e o presidente da Casa Legislativa de Salvador, verador Pedro Godinho (PMDB), que seriam os substitutos imediatos, são pré-candidatos e, por lei, não podem assumir. 
A vereadora Aladilce Souza (PCdoB), além de criticar o 'abandono estratégico do barco' por parte do prefeito, também questionou a legalidade da procuradora-geral, Angélica Guimarães, assumir a prefeitura de Salvador,já que João não se preocupou em passar o cargo formalmente para qualquer autoridade municipal.
"A atitude do prefeito abre um precedente seríssimo. A cidade não pode ficar acéfala. Não há previsão clara na Lei Orgânica do Município que aponte a procuradora-geral como substituta do prefeito. Na minha opinião, já que a Lei Orgânica é omissa neste sentido, cabe a Andrea Mendonça (PV), única vereadora não candidata ao pleito de 2012, assumir o cargo”, afirmou a comunista.
Ainda na opinião da vereadora, João Henrique deveria ter equacionado a substituição antes de deixar o 'avião sem piloto', mais uma vez, "além de comunicar à Câmara, de maneira clara e com antecedência, onde iria e qual o motivo da ausência".
A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) também defendeu, desta vez na Câmara Federal, que Andrea Mendonça assuma a prefeitura de Salvador. No twitter, ela também ironizou João Henrique. "Acabo de defender em plenário que a vereadora Andrea Mendonça assuma a prefeitura de Salvador. Estamos num vazio de governança. O piloto sumiu". De novo.
Fotos: Roberto Viana e Gilberto Júnior// Bocão News
Nota originalmente publicada às 16h do dia 19
