Política

Povo do axé fará manifestação contra projeto antisacrifício de Marcell Moraes

Imagem Povo do axé fará manifestação contra projeto antisacrifício de Marcell Moraes
Vereador ameaçou sair do partido após declarações do presidente municipal da legenda  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 01/05/2013, às 09h39   Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)


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Um dos assuntos mais comentados na sessão ordinária desta terça-feira (30) foi o polêmico projeto do vereador Marcell Moraes (PV), com o objetivo de criminalizar em Salvador a prática das religiões de matriz africana de sacrificar animais. Desde a última segunda-feira (29), vereadores se opuseram à proposta do ambientalista reafirmando a necessidade de respeitar os rituais religiosos. E a oposição promete aumentar ainda mais: representantes dos povos de axé marcaram uma manifestação para a próxima segunda-feira (6), às 14h, no plenário da Câmara, contra o vereador.

Sobre a promessa de manifestação, Marcell Moraes declarou que encara com tranquilidade. "Será até bom que poderei expor os meus motivos. Sou um defensor da causa dos animais. Não tenho nada contra o candomblé ou qualquer outra religião", explicou o vereador verde.

Marcell Moraes também comentou para o Bocão News as declarações do presidente municipal do partido,Luiz Araújo, que se posicionou contrário à proposta. Após as declarações do líder da legenda no âmbito municipal, Marcell ameaçou deixar o partido. "Ele (Luiz Araújo) nem leu o projeto e veio criticar? Ajudei a construir esse partido, tenho uma história", justificou.
A pressão pela retirada do projeto vem de dentro pra fora. Na Câmara, vereadores como Sílvio Humberto (PSB), Hilton Coelho (PSOL), Henrique Carballal (PT), Suíca (PT) , Gilmar Santiago (PT) e Fabíola Mansur (PSB) já demonstraram indignação com a proposta.
"O vereador Marcell Moraes demonstrou toda a sua intolerância com as religiões de matrizes africanas. O que ele entende como sacrifício, nós vemos como oferendas. Medieval foi o que fizeram com a população negra, que venderam seres humanos como mercadorias. Dizer apenas que Salvador é a capital da negritude e não respeitar as nossas práticas é um atestado de falta de informação. Ele deve ser daqueles que acreditam que Exu é o diabo, enquanto, para nós, é quem abre os trabalhos e os caminhos”, criticou Sílvio Humberto.

*Nota originalmente publicada às 19h03 do dia 30/04

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