Política

Servidores e prefeitura se reúnem, mas não há acordo

Roberto Viana
Categoria ainda se reunirá em assembleia para acatar as propostas  |   Bnews - Divulgação Roberto Viana

Publicado em 06/06/2013, às 08h17   Juliana Costa (Twitter: @julianafrcosta)


FacebookTwitterWhatsApp

Os servidores municipais se reuniram com o secretário de Gestão de Salvador, Alexandre Paupério, na tarde desta quarta-feira (5) para discutirem as reivindicações da categoria. Com uma lista de 119 demandas, apenas 32 serão solucionadas imediatamente. Outras 28 não possuem amparo legal e 23 não serão atendidas.

Dentre as demandas estão melhores condições de trabalho, reajuste de salário, gratificações e vantagens, plano de carreira e implantação de assistência à saúde. Em conversa com o Bocão News, o secretário explicou que as reinvindicações sem amparo legal serão estudadas ao longo do segundo semestre, pois é necessária uma modificação na legislação para que sejam atendidas. Outras oito demandas podem ser discutidas no ano que vem.

Paupério garante que a proposta é fruto de muitas conversas e negociações com a categoria. “Conversei mais com eles que com o prefeito. Infelizmente não dá para atender a tudo, pois a verba da prefeitura é limitada, oriunda da administração de João Henrique. Devido a isso, gastamos com pessoal 25% a mais que no ano passado. Assim iremos nos concentrar nos pontos mais importantes da lista”.

O atendimento das propostas da categoria irá impactar em R$ 940 milhões no orçamento da prefeitura. Ainda de acordo com o secretário existe um cronograma para o atendimento das demandas que contará com a participação do sindicato.

O gestor ainda criticou o processo de deflagração da greve. “Eu acho que a greve é a última opção, e não a primeira. É preciso resolver a situação como adultos, na base da razão e não da paixão, muito menos da pressão. Realmente há servidores que ganham pouco, mas existem outros que não tem razão para reivindicar”. Assim, o secretário garante que não há motivos para não haver acordo.

As propostas serão analisadas pelo Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps) que votarão em assembleia. Enquanto isso, os funcionários públicos manterão a paralisação.

Greve

Desde o fim do mês de maio, os servidores municipais estão em greve na capital. Segundo o diretor financeiro do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps), Helivaldo Alcântara, a paralisação só deve ser encerrada quando a gestão municipal se sensibilizar com as reivindicações da categoria e apresentar propostas que atendam as necessidades dos mais de 30 mil trabalhadores municipais, que estão sofrendo com as precárias condições de trabalho e a falta de valorização profissional.

“Enquanto isso, a maior parte dos órgãos está funcionando somente com 30% do efetivo e os terceirizados. E quem mais sofre é a população de Salvador”, afirma Alcântara.

O servidor João Correia, funcionário da Prefeitura há 25 anos, diz que apoia a greve, pois ele e seus colegas penam com salários muito abaixo dos praticados pelo mercado, péssimas condições de trabalho, ausência de plano de saúde, entre outros problemas enfrentados pela categoria. “Aqui na Cohab - Companhia Municipal de Habitação, a gente faz manilhamento, poço, desentope, encanação, quando precisa colocamos asfalto, mas agora está tudo parado, fechado. Há muito tempo eu preciso fazer uma cirurgia de hérnia e não consigo. Se nós tivéssemos plano de saúde, eu poderia já estar operado, bom de saúde e bem para o trabalho”, critica o servidor.

Publicada dia 5 de maio às 16h48

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp