Política

Paulo Roberto diz que Palocci pediu R$ 2 mi para campanha de Dilma

Imagem Paulo Roberto diz que Palocci pediu R$ 2 mi para campanha de Dilma
O ex-ministro da Fazenda, que já tinha sido membro do Conselho da Petrobras  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 27/09/2014, às 16h39   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O engenheiro Paulo Roberto Costa, que está preso na Polícia Federal do Paraná, deve ser solto até segunda-feira (29). Será monitorado por uma tornozeleira eletrônica. A liberdade é parte do acordo de delação premiada. De saída, pode-se afirmar que a concessão só está sendo feita porque se considera que, até aqui, ele efetivamente está contribuindo para desvendar os meandros dos crimes cometidos pela quadrilha que operava na Petrobras. 
Conforme o colunista Reinaldo Azevedo, da Revista Veja, há duas semanas, a revista revelou parte do que ele disse à Polícia e ao Ministério Público, incluindo a lista de políticos que, segundo ele, se beneficiaram do esquema. Lá estão cabeças coroadas do Congresso e também o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Na edição desta semana, VEJA revela um conteúdo que compõe o núcleo atômico da denúncia. Paulo Roberto liga o esquema corrupto à eleição de Dilma Rousseff em 2010. 
Ainda conforme Azevedo, Costa, como se sabe, era diretor de Abastecimento da Petrobras. Por sua diretoria, passavam negócios bilionários, como a construção de refinarias, aluguel de navios e plataformas e manutenção de oleodutos. Ele chegou ao posto em 2004 — e lá permaneceu até 2012, já no governo Dilma — pelas mãos do PP, mas foi adotado depois pelo PMDB e pelo PT. As empreiteiras que negociavam com ele pagavam 3% de comissão, e o dinheiro era distribuído, depois, a políticos. Ainda segundo o colunista, Paulo Roberto pegava a sua parte. Só em uma de suas contas no exterior, há US$ 23 milhões.
Paulo Roberto revelou à Polícia Federal e ao Ministério Público que, em 2010, foi procurado por Antonio Palocci, um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff à Presidência. O ex-ministro da Fazenda, que já tinha sido membro do Conselho da Petrobras, precisava, com urgência, de R$ 2 milhões. Em 2010, Palocci era um dos três homens fortes da campanha de Dilma. Os outros dois eram José Eduardo Cardozo, hoje no Ministério da Justiça, e José Eduardo Dutra, hoje numa diretoria da Petrobras. 
Paulo Roberto Costa só poderá ser beneficiado pelo estatuto da delação premiada se as informações que fornecer forem úteis à investigação. Palocci e Dilma dizem qualquer irregularidade e dizem não saber de nada.

*Matéria publicada originalmente às 7h39 do dia 27/09.


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