Política

Presidente da Fundação Palmares vai a sepultamento de Mãe Bernadete e dispara: "a violência está contaminando a Bahia"

BNews // Paulo M. Azevedo
Presidente da Fundação Palmares, João Jorge cobrou apuração do caso e punição dos envolvidos no assassinato da liderança quilombola  |   Bnews - Divulgação BNews // Paulo M. Azevedo
Pedro Moraes

por Pedro Moraes

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Publicado em 19/08/2023, às 12h17


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João Jorge, presidente do Olodum e da Fundação Cultural Palmares (FCP), do Ministério da Cultura, compareceu ao sepultamento da Mãe Bernadete Pacífico, maior líder quilombola do país, na tarde deste sábado, no Cemitério Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas, onde o filho dela está enterrado.


A líder quilombola e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho (BA) foi assassinada na noite desta quinta-feira (17) no Quilombo Pitanga dos Palmares.


Em entrevista ao BNews, João Jorge cobrou uma resposta das autoridades responsáveis: "A sociedade, as instituições do Estado, os governos federal, estadual e municipal precisam tomar providências e apruação. Hoje, esse momento aqui mostra que civilização fracassou, o Estado de Direito fracassou. Desapareceu com os tiros em Mãe Bernadete, uma  pessoa que vem pedindo proteção há muito tempo".

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O gestor afirmou falou sobre o sentimento das pessoas no sepultamento: "O sentimento dessas pessoas aqui, meu, da Fundação, é que é preciso agir fortemente, rapidamente, para que junto com o estado, com as etidades, parlamentares, tome providências efetivas". 


O presidente da Fundação Palmares afirmou, também, que "a gente não pode mais naturalizar mortes" e relembrou que há cerca de quatro anos a sociedade acompanhava o assassinato do mestre Moa do Katendê.


"Temos que substituir a cultura de violência, temos que substituir pela cultra da paz, do amor. Esse momento não é só de dor das pessoa que estão aqui. É o momento da sociedade brasileira repensar esse tempo inteiro de País em que nós morremos e enterramos os nossos. Essa mulher exercia um papel fundamental em Simões Filho, na Bahia e nacionalmente. Você não pode calar essa voz com a violência". 


João Jorge também criticou a violência desenfreada que se presencia na atualidade: "A violência está contaminando a Bahia, parece que é uma máquina de matar e mata só um tipo de gente. Mesmo que fossem mais tipos de gente, nós queríamos que essa máquina de matar não funcionasse. Essa máquina não é apreendida, nao é paralisada, e diferentes governos e estruturas estao aí. A melhor homenagem é apurar, punir e não deixar mais que nenhuma mulher morra no País dessa forma por estar lutando por direitos". 

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