Política
Pablo Valadares / Câmara dos Deputados
O print da conversa usada pela Polícia Federal para apontar o suposto uso de uma estrutura paralela na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos/RJ) traz data em que o deputado federal Alexandre Ramagem (PL/RJ) já não era mais diretor-geral da agência. A ação contra o filho do presidente Jair Bolsonaro realizada na segunda-feira (30) foi baseada nesta conversa.
A conversa em questão ocorreu entre Luciana Almeida, uma assessora do vereador carioca, e Ramagem, em uma terça-feira que caiu em 11 de outubro. Este dia ocorreu em 2022, quando o delegado Alexandre Ramagem não era mais o diretor-geral da agência há seis meses. Os investigadores da Polícia Federal sustentaram o pedido de busca e apreensão contra o filho de Jair Bolsonaro neste print que conteria também a identificação de inquéritos envolvendo a família do ex-presidente.
No print, é possível ver a data de "ter., 11 de out." em uma mensagem em que Luciana Almeida diz estar "precisando muito de um ajuda". Em seguida, com a data "Hoje" ela envia os números dos inquéritos, mas não é possível identificar quando é o "Hoje" em questão.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), no parecer em que concorda com a ação deflagrada na segunda-feira, também se refere a Ramagem como "então diretor-geral da Abin". Diálogo anterior, datadio de "dom., 9 de out.", indica que a troca de mensagens ocorreu entre o primeiro e o segundo turnos da última eleição presidencial, quando Ramagem já havia sido eleito deputado federal.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, com base no relatório da Polícia Federal e na manifestação da PGR, diz que a troca de mensagens mostrava pedido de ajuda ao "então diretor-geral da Abin" sobre inquéritos "em unidades sensíveis da Polícia Federal".
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