Política

Professora de Universidade Federal recusa orientar estudantes que apoiam Lula: "Não quero esquerdistas no Laboratório"

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Sheylla Susan Moreira da Silva de Almeida é coordenadora do curso de Farmácia da Universidade  |   Bnews - Divulgação Foto: Reprodução

Publicado em 04/11/2022, às 09h17   Vinícius Dias


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Coordenadora do curso de Farmácia da Universidade Federal do Amapá (Unifap), Sheylla Susan Moreira da Silva de Almeida afirmou, após a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas últimas eleições, que não iria orientar alunos de esquerda e ordenou que dois estudantes procurassem outro orientador.

“Não quero esquerdista no meu laboratório. Portanto, sigam a vida de vocês. E que Deus os abençoe. Se tiver mais algum esquerdista, que faça o favor de pedir desligamento. Ou estão comigo, ou contra mim”, escreveu a professora, em print divulgado pela União Nacional dos Estudantes (UNE).

A Unifap afirmou que o fato se caracterizou como “assédio” e demonstrou “indignação”, além de garantir que está apurando o caso.

“Registra-se que a UNIFAP não concorda com tal conduta e os fatos estão sendo apurados, bem como serão adotadas as providências necessárias após as devidas apurações", diz a nota.

Uma das alunas ameaçadas de perder orientação é Débora Arraes, professora da Universidade Estadual do Amapá (Ueap). Ao Uol, ela afirmou que a orientadora é "declaradamente negacionista" mas que, até então, "nunca havia demonstrado comportamento semelhante" com seus alunos.

A Universidade enviou nota de solidariedade à docente: “Manifestamos ainda repúdio a qualquer ação de assédio provocada no ambiente acadêmico seja nas graduações ou programas de pós-graduações contra seus alunos ou servidores da instituição, em função de posição política, ou qualquer outra motivação."

unifap

Sheylla Susan Moreira da Silva de Almeida também emitiu nota após a repercussão negativa do caso. Ela afirma ser "um ser humano como qualquer outra pessoa capaz de reproduzir sentimentos instantâneos".

"Dessa forma, no calor das eleições, acabei me excedendo nas palavras onde disse para dois alunos que procurassem outro Orientador.

No entanto, minha missão como professora não acolhe esse tipo de conduta, posto que dediquei a minha vida pela educação. Não serve preferência política, por razões pessoais, para segregar alunos e deixá-los a própria sorte.

Meus alunos são as peças mais importantes do binômio Aluno/Professor. Assim, assumo que me excedi nas palavras e peço desculpas pelo ocorrido, as eleições passam e a educação fica! Peço desculpas aos meus Alunos Líbio e Débora, à sociedade, bem como à Unifap.”

Classificação Indicativa: Livre

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