Política

Quem?! Prefeitura comete gafe e escreve errado nome de carnavalesco histórico em importante passarela; veja imagens

Foto: Dinaldo Silva/BNews
Nome de carnavalesco histórico foi plotado de maneira errada no Circuito Dodô  |   Bnews - Divulgação Foto: Dinaldo Silva/BNews

Publicado em 17/02/2023, às 10h05   Vinícius Dias


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Pense no absurdo, a Bahia tem precedente. Um dos carnavalescos mais importantes da história, inventor de uma série de instrumentos e personalidade que nomeia a passarela que marca a saída dos trios no circuito Osmar (Campo Grande) teve seu nome escrito e impresso errado na plotagem feita pela Prefeitura de Salvador. Nelson Maleiro se revirou do avesso em seu descanso eterno.

Leitores do BNews enviaram imagens com a plotagem escrita 'Nelson Malheiro'. O sobrenome do carnavalesco, falecido em 1982, é relativo a seu trabalho confeccionando malas, que fez sucesso em Salvador e abriu espaço para que tivesse condições financeiras para abrir a sua Oficina de Investigação Musical, onde criou instrumentos que chamaram atenção de artistas diversos: desde escolas de samba, até o roqueiro Raul Seixas e mesmo o Cacique Carlinhos Brown.

Ele também se destacava na criação de carros alegóricos, sendo uma importante referência para intervenções que vemos hoje em dia nos trios elétricos. Em vida, criou alegorias para blocos como Os Internacionais, como os carros do Pandeiro Cigano, O Cavalo e A Pirâmide do Egito.

Membro da Associação de Amigos de Nelson Maleiro, responsável por lutar pela preservação da memória do fundador dos Cavalheiros de Bagdá, e escritor do livro 'O Gigante das 1001 Canções', Léo Mendes afirma que o erro na plotagem é danoso para essa luta travada pelo grupo, fundado em 1996.

"Essa alteração é danosa para o resgate da memória dele, porque além de lhe alterar o nome pelo qual é conhecido, ainda lhe altera a sua identidade baiana", disse ao BNews.

Maleiro também é importante simbolicamente por ser o primeiro negro a ter destaque dentro do Carnaval de Salvador, com marcos como o fato de ter sido o primeiro homem de cor a protagonizar um comercial de televisão da Bahia ao estrelar peças publicitárias da TV Itapoan nos anos 1970.

A reportagem tentou contato com secretarias e empresas públicas responsáveis pela gestão do carnaval de Salvador: Secult, Fundação Gregório de Matos e Saltur - mas não teve posicionamentos até o fechamento da reportagem. O espaço segue aberto.

erro da prefeitura em nome de maleiro

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