Política

Saiba o que Lula conversou com Zelensky em reunião a portas fechadas em Nova Iorque

Ricardo Stuckert / PR
Lula e Zelensky conversaram em reunião a portas fechadas em Nova Iorque na última semana  |   Bnews - Divulgação Ricardo Stuckert / PR

Publicado em 25/09/2023, às 15h29   Cadastrado por Lula Bonfim


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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve uma importante reunião, na última quarta-feira (20), em Nova Iorque, com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Os chefes de estado se encontraram um dia após à fala do líder brasileiro na abertura da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).

Conforme informações do colunista Jamil Chade, do UOL, Lula defendeu no encontro com o ucraniano que a guerra contra a Rússia só terá solução através da diplomacia e não com um poderio militar.

Como resposta, Zelensky afirmou a Lula que não há possibilidades da Ucrânia ceder e aceitar entregar à Rússia parte de seu território. De acordo com o presidente ucraniano, a integridade territorial é a principal reivindicação de seu país.

Lula sugeriu, na sequência, que Zelensky levasse sua reivindicação de integridade territorial para a mesa de negociação, e não para o campo de batalha.

Brasil na negociação

Zelensky pediu a Lula que o Brasil mantivesse o diplomata Celso Amorim, hoje assessor especial da presidência da República, nas conversas que estão ocorrendo entre as principais potências do mundo sobre a guerra no leste europeu.

Cerca de 30 países têm se reunido com frequência visando construir uma relação de confiança entre Ucrânia e Rússia. Nos últimos dois encontros, um na Dinamarca e outro na Arábia Saudita, o Brasil foi representado por Amorim.

Lula confirmou a Zelensky que o Brasil não pretende se retirar das conversas e garantiu que Celso Amorim seguirá representando o país nas reuniões sobre a guerra na Ucrânia.

A conversa teria sido bem avaliada pelos dois governos. O Brasil ficou satisfeito por afastar uma imagem de aliado da Rússia, enquanto a Ucrânia se viu mais próxima de um novo apoio, após alguns desgastes na relação com Estados Unidos e União Europeia.

Entenda o contexto

A Rússia anexou, em março de 2014, a região da Crimeia, antes pertencente à Ucrânia. Na época, os ucranianos viviam uma grande guerra civil, entre as províncias do leste, com população majoritariamente de origem russa e que desejava se separar, e as do oeste.

Quase oito anos depois, em fevereiro de 2022, os russos invadiram a Ucrânia, com a intenção de derrubar o governo de Zelensky. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusava o presidente ucraniano de compactuar com o nazismo e também de atuar com conjunto com os Estados Unidos para pressionar a Rússia, através da aliança militar ocidental conhecida como Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Na época, a Ucrânia negociava para entrar na Otan. Como consequência, a Rússia se viu cercada por seus principais inimigos e decidiu invadir o país vizinho, tentando tomar o controle da situação.

Em meio à batalha, Putin anunciou a anexação dos territórios separatistas do leste ucraniano, conhecidos como República Popular de Donetsk e República Popular de Lugansk, sob liderança da Rússia até o momento.

A Ucrânia, desde então, tenta retomar o controle dos territórios anexados, apontando a Rússia como um injusto agressor e contando com os apoios dos Estados Unidos da América e da União Europeia.

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