Política

STF vive temor com eleição para a Presidência do Senado; entenda

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Eleição para a Presidência do Senado, nesta quarta-feira (1º) tem como principais candidatos Rogério Marinho (PL-RN) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG)  |   Bnews - Divulgação Rosinei Coutinho/SCO/STF

Publicado em 31/01/2023, às 11h29 - Atualizado às 11h36   Cadastrado por Yuri Abreu


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O Supremo Tribunal Federal (STF) tem vivido dias apreensão por causa da eleição para a Presidência do Senado, que acontece nesta quarta-feira (1º) e tem como principais candidatos Rogério Marinho (PL-RN) - apoiado pelo PP, Republicanos e o próprio PL - e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) - que conta com suporte do presidente Lula, do PT e de outros partidos da base aliada do petista.

Integrantes da Corte, conforme a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, vem fazendo uma conta de maneira reservada do número de votos que o liberal terá no confronto com o pessedista, mesmo considerando pouco provável uma vitória de Marinho.

Na leitura de ministros que estão acompanhando de perto os bastidores da disputa, uma votação expressiva de Marinho vai demonstrar a força da bancada bolsonarista no Senado não apenas para se contrapor ao governo Lula – mas também para lançar ofensivas contra o STF, como a abertura de uma eventual CPI para apurar abusos de autoridade de magistrados, por exemplo - para isso, são necessários pelo menos 27 votos, número considerado chave da votação pela presidência do Senado.

O inimigo público número um dos bolsonaristas é o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que já fecharam o cerco contra o clã Bolsonaro: o das fake news, o das milícias digitais e o dos atos antidemocráticos do último dia 8 de janeiro.

Moraes também já aplicou multa milionária contra o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por ameaças e incitação à violência contra ministros da Corte, mas beneficiado por indulto de Bolsonaro.

“Se Marinho sair derrotado, mas obtiver mais de 30 votos, os bolsonaristas vão ter uma capacidade muito grande de fazer estrago. A questão não é apenas a vitória do Pacheco, mas o placar dela", afirmou à coluna um ministro com bom trânsito no Parlamento, em caráter reservado.

Em 2021, Pacheco derrotou a hoje ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB-MS), por 57 a 21 votos. Aliados do atual presidente do Senado apostam que Pacheco terá agora menos votos, entre 51 e 55 votos, mas ainda o suficiente para se manter no cargo.

Por outro lado, nessa “guerra dos placares”, apoiadores de Rogério Marinho juram que ele reúne hoje mais de 35 votos do seu lado.

Ainda que consiga ser reconduzido ao cargo, Pacheco não conseguiria impedir um eventual pedido de abertura de CPI contra o Judiciário, caso a oposição bolsonarista ao governo Lula reúna ao menos 27 assinaturas.

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