Política

Vereadora chora durante sessão na Câmara Municipal de Salvador; saiba motivo

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A vereadora Laina Crisóstomo também comentou sobre o julgamento do menino Joel, que teve início nsta segunda-feira (06)  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ vídeo
Letícia Rastelly

por Letícia Rastelly

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Publicado em 06/05/2024, às 00h01



A vereadora Laina Crisóstomo, do coletiva Pretas por Salvador, acabou chorando enquanto discursava durante sessão ordinária, na Câmara Municipal de Salvador (CMS), nesta segunda-feira (06). A edil falava sobre o início do julgamento dos policiais acusados de matar Joel da Conceição Castro, de 10 anos, o menino Joel.

"Nós temos o caso que está sendo julgado hoje, do menino Joel, menino que foi assassinado com apenas 10 anos de idade, em 2010, em novembro de 2010 ele foi assassinado, e nós estamos em 2024 e o julgamento está sendo hoje. O juri está acontecendo hoje, ele foi assassinado por dois policiais, em razão de uma dita, 'guerras às drogas', que nunca acerta as drogas, acerta os corpos pretos, e antes acertava os corpos de homens negros, agora também acerta os corpos de crianças e adolescentes negros", disse Laina.

As lágrimas vieram aos olhos da vereadora quando ela citou a morte do seu irmão santo ocorrida neste final de semana pelo que ela também chamou de guerra às drogas. "Eu tô muito consternada porque nesse último final de semana eu perdi um irmão de santo, Bismarck, lá em Ilhéus, que foi assassinado pela guerra às drogas e que deixa duas crianças órfãos, uma criança de 10 anos e uma criança que vai fazer dois anos. Isso tem a ver como os nossos corpos pretos são tratados pelo Estado. A ausência de política pública de acesso a direito faz com que os nossos corpos tobem, ou eles tobam pela arma do Estado, ou eles vão tombar pela ausência de políticas públicas", contou a vereadora.

Por fim, ela comentou a necessidade de "chegar junto" nas comunidades, antes que mais jovens negros sejam mortos. "O que a gente está falando é que o debate sobre criança e adolescente, ele precisa ter coerência no pensar política pública e dizer que o que a gente quer é que o Estado, Prefeitura, chegue na comunidade antes da bala que tira a vida das nossas crianças. (...) Não dá mais pra ver Joel tombar, não dá mais pra ver Bismarck tombar e achar que essa política de segurança pública tem funcionado, ou que essa política de guerra às drogas tem funcionado, tem falido, mas tem falido os nossos corpos", completou Laina.

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