Cidades

Jovens mortos no Cabula são homenageados durante Sarau neste sábado

Publicado em 08/03/2015, às 11h08   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Na manhã deste sábado(7), a comunidade da Vila Moisés, localizada na Estrada das Barreiras, Cabula, foi palco de um Sarau Cultural promovido pela Campanha Reaja Ou Será Morto! Reaja ou Será Mort@!  em homenagem aos jovens mortos no dia 6 de fevereiro.
O sarau foi inciado por culto ecumênico com a presença de um pastor evengélico, representantes de terreiros de candomblé e comuniddae islâmica. Durante a missa, passagens da bíblia foram lidas pelas lideranças religiosas em alusão ao acontecimento violento que ocorreu na Vila Moisés. A atividade contou também com a participação de grupos do Hip Hop, apresentações teatrais, Sindicatos, Movimento Sem Teto e instituições do movimento negro da Bahia e a nível nacional. 
De acordo com o Sociólogo e  professor da UNEB, Fábio Nogueira, existe um recrudescimento das ações violentas da Polícia Militar na Bahia onde os alvos preferenciais são os jovens negros das periferiais do Estado.  Nogueira salienta que a declaração do Governador Rui Costa concedida à imprensa  associando "o policial à um artilheiro de futebol que consegue fazer gols",  justifica o ato que ocorreu no Cabula e ajuda a legitimar o extermínio da juventude negra. "É necessário que o Governo repense o modelo de Segurança Pública da Bahia. A missão institucional da polícia não pode ser matar! Precisamos garantir o bem estar da sociedade e reduzir os índices de homicidios de Policiais Civis e Militares", destacou o integrante do Círculo Palmarino, instituição ligada ao movimento negro. 
Além das vítimas da Vila Moisés, o evento teve como objetivo promover um tributo à Clodoaldo Souza, mais conhecido como Negro Blul, 22 anos, assassinado em 2006, em  Nova Brasília. "Sim Blul, os grupos de extermínio tiraram os capuzes e máscaras e atuam abertamente com o aval do Estado, ceifando nossas vidas e exibindo nossos corpos em redes sociais", destaca Hamilton Borges, Coordenador da "Campanha Reaja ou Será Morto"! em carta escrita para reverenciar Negro Blul.
E continua: "nossas vidas ficaram nesse lugar, sem valor, um jogo banal em que os poderosos movem peças em que só morrem negros de um lado e de outro. Em 190 anos da Policia militar criada para combater Zeferina o Governo foi lá no Cabula renovar sua sanha genocida", enfatiza.
Publicada no dia 7 de março de 2015, às 18h27

Classificação Indicativa: Livre

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