Coronavírus

Osid nega denúncias de acomodar na mesma UTI pacientes com e sem coronavírus

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Entidade ainda é acusada de não dispor de equipamentos de proteção individual para funcionários  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ OSID

Publicado em 16/04/2020, às 09h44   Aline Reis/ Juliana Nobre


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Após o prefeito de Bom Jesus da Lapa, Eures Ribeiro, acusar as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) em acomodar pacientes com Covid-19 na mesma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) que pacientes sem a doença, o assessor corporativo da entidade, Sérgio Lopes afirmou, em entrevista ao BNews, que a informação “não procede em hipótese alguma”. 
Sérgio informou que “desde o início já foram colocadas várias medidas de intervenção”. “Esvaziamos o pessoal com férias, home office, além de pessoas de risco também foram liberadas, além do protocolo de higienização”, ressaltou.

A reportagem recebeu diversas denúncias de funcionários da instituição que alegaram um ‘surto’ do agravo dentro do hospital, precisamente na enfermaria Santa Clara, quando diversos pacientes foram diagnosticados lá, além de afirmar que a gestão estava remanejando profissionais de saúde sem treinamento para lidar com casos do coronavírus no setor. 

Questionado sobre a situação, Sérgio confirmou que a enfermaria Santa Clara foi o foco de pacientes, no entanto, dos 28 casos confirmados, oito pessoas tiveram contato direto com doentes assistidos na unidade, mas nenhum foi entre os pacientes da Santa Clara. Já sobre a realocação de profissionais, o assistente afirmou que é um processo natural, já que houve baixas de funcionários. No entanto, desconhece a falta de treinamento adequado. “Não procede a falta de capacitação, isso com segurança posso afirmar, já que sempre estamos atualizando nossos profissionais”. 

O Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (COREN-BA) foi acionado para investigar as denúncias. 
Também foi denunciada, a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados para o momento. Sérgio cravou que desde o início da pandemia nunca houve falta dos insumos. “São equipamentos comuns do ambiente hospitalar e não houve nenhuma baixar ou ausência para ofertar aos profissionais”. 

Em nota divulgada pela instituição, eles ressaltam ainda que “foram ampliados os pontos de dispensação de álcool em gel em todo Hospital Santo Antônio, assim como intensificados os protocolos de higienização da instituição, com reforço constante das áreas de contato mais frequentes, tais como corrimões, maçanetas, telefones, teclados de computadores etc”. 

Ao BNews, o representante da entidade salientou que os profissionais da instituição passam por testes como forma de prevenir e estancar a proliferação da doença. “A OSID organizou um ambulatório específico para avaliação e triagem dos colaboradores que comparecem ao trabalho apresentando quaisquer sintomas de síndrome gripal. Esta medida visa a segurança do colaborador e a redução do risco de contaminação dos pacientes internados. Neste ambulatório, todos os casos identificados como suspeitos são imediatamente afastados de suas atividades laborais”. 

Casos da doença 

O número expressivo de doentes no Hospital Santo Antônio representa 36% dos profissionais de saúde com a Covid-19 em toda a Bahia, já que até a última terça-feira (14), 73 pessoas do serviço de saúde foram diagnosticadas. São 28 pessoas infectadas entre os dias 18 de março e 15 de abril. 

Questionados sobre esse dado, Sérgio disse que “há uma expectativa de aumento do contágio de forma significativa nos meses de abril, maio e junho”. 

No hospital, são três mil pessoas que compõe o quadro de profissionais. Destes, foram afastadas 189 pessoas de forma preventiva, do grupo de risco, além dos 125 funcionários após terem caso suspeito ou confirmado da doença.

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