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“Completamente parado e sem perspectiva”, diz presidente da Abrape sobre volta do setor de eventos

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Entrevista ocorreu na manhã desta sexta (12)  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 12/02/2021, às 11h56   Brenda Viana


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Sem eventos há 11 meses, o setor de entretenimento será um dos últimos a serem liberados pelos órgãos de fiscalização, já que as atividades geram aglomerações. Alguns, no entanto, estão sofrendo muito mais com a falta de trabalho, já que dependem diretamente desse setor para o sustento. “De fato, nós vivemos em um momento delicado. Vai completar um ano do setor completamente parado e sem perspectiva. Você tem empresas, empreendedores, trabalhadores, freelancers, sofrendo duras penas e uma grande quantidade de pessoas sem ter o que comer e com dificuldade de manter a família”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Eventos (Abrape), Doreni Caramoni, durante conversa com José Eduardo na manhã desta sexta-feira (12), na rádio Metrópole. 

Caramoni lembra que hoje, caso estivesse sem pandemia, o setor financeiro da cadeia de entretenimento estaria em um ótimo estado. “Eu diria que a situação já foi mais complicada, mas hoje somos nós. Na sexta-feira de carnaval, esse setor teria pico de faturamento. São 52 cadeias econômicas ligadas ao evento e todo ancorado a produção”, falou. “Eu sei o que é a sexta de carnaval e a quantidade de pessoas que trabalham nesse dia, e hoje todo mundo sente na pele, então a situação é muito difícil, principalmente para as pessoas que não tem como e nem onde procurar o seu sustento”.

O presidente ainda pontuou, durante a entrevista, sobre a importância do projeto de lei federal que foi criado para ajudar os trabalhadores da área de entretenimento, ainda mais que não há definição sobre a prorrogação e os valores do auxílio emergencial que, desde abril, tem ajudado à população brasileira. “PL-5368, projeto de lei federal que cria o programa emergencial de retomada do setor de eventos, foi apresentado na câmara em dezembro e esta semana foi aprovada a urgência dessa PL e basicamente cria as condições para que o setor sobreviva a essa retomada”, explica. 

Além da PL, Caramoni comentou sobre ter levado vários empresários a Brasília para conversar com políticos sobre a retomada do setor ainda no primeiro semestre de 2021. “Levamos 150 empresários a Brasília e focados em buscar ao governo federal e ao congresso nacional soluções que nos mantenha vivo pelos próximos meses até a gente voltar a trabalhar. Isso é fundamental para que as empresas não morram. Foram conversas positivas, difícil não se sensibilizar. Tanto o governo federal, quanto o congresso nacional, se posicionaram altamente favoráveis, muitos foram no café da manhã com 120 parlamentares, uma série de deputados baianos estiveram conosco, manifestaram na rede apoiando. Não tem viés político. O que a gente cobra é a ação. A gente tem uma grande quantidade de empresas que quebraram, outras que não sabem ainda, mas terão dificuldade de retornar. A gente já estima mais de 400 mil empregos perdidos pelo setor de entretenimento e já tem ameaça de mais 400”.

O empresário afirma que, caso haja a retomada de eventos ainda em 2021, todos os protocolos de segurança serão levados a sério para não haver mais contaminações, com a utilização de máscaras e álcool em gel. "A gente espera que o grupo de risco seja vacinado logo. Em função disso, já podemos realizar o processo de retomada. Como a gente imagina que isso vai ser feito, com restrições inicialmente e relaxando com a medida que os indicadores [taxas de contaminação] forem diminuindo”, finalizou.

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