Coronavírus

Apesar de concordarem com medidas restritivas, lojistas da Avenida Sete pedem atenção do governo ao comércio

Vagner Souza/BNews
Comércio de rua deverá fechar às 17 horas desta sexta até segunda-feira  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 26/02/2021, às 18h00   Pedro Vilas Boas e Marcio Smith


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Preocupados com o avanço da pandemia de coronavírus, lojistas da Avenida Sete de Setembro, em Salvador, concordaram com as novas medidas restritivas anunciadas pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT), e pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), mas cobraram atenção ao comércio da capital baiana. 

O decreto da gestão estadual determina que a partir das 17 horas desta sexta-feira (26) até as 5h da segunda-feira (1º) está suspenso o funcionamento de todas atividades que não estejam relacionadas à saúde pública, alimentação e segurança. O fechamento das atividades tidas como não essenciais irá ocorrer em etapas: comércio de rua deverá fechar às 17h; bares, restaurantes e lanchonetes deverão fechar às 18h; e as atividades comerciais e de serviços localizados em shopping centers e centros comerciais devem ser encerrados às 19h. 

Leda Menezes, dona de uma loja de roupas indianas, avaliou que a medida é necessária para buscar conter a disseminação da covid-19, doença causada pelo coronavírus, apesar dos prejuízos gerados para o estabelecimento. "Eu sou a favor de fechar, eu sei que o prejuízo é grande, mas a pandemia está muito forte [...] ele [o governo] faz isso para melhorar a situação da pandemia", afirmou. 

Guilherme Neto, dono de uma loja de instrumentos no local, afirmou que as medidas restritivas são necessárias, mas ponderou que é preciso o apoio do governo federal aos comerciantes durante o período de pandemia. 

"Acho que deveria ter um pouco mais de cautela para fechar o comércio. Envolve muita coisa, é complicado. O comércio é o coração da cidade [...] Se nessa segunda leva, o governo federal não chegar junto, vai ser muito difícil para o comerciante", declarou. Neto estimou que o faturamento da loja registrou uma queda de 50% na pandemia. 

O gerente de uma loja de tecidos, Samuel Souza, destacou que as pessoas estão "levando na brincadeira" a doença e que as medidas são necessárias para ajudar no combate da pandemia. Souza ressaltou que o estabelecimento chegou a registrar uma queda de até 70% no faturamento.

Apesar de concordarem com as medidas, os comerciantes ouvidos pelo BNews declararam não acreditar que o comércio na Avenida seja um grande ponto de disseminação da covid-19. A aglomeração em bares e a realização de festas em bairros da cidade foram apontados como grandes disseminadores de coronavírus pelos lojistas.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA) estimou que as medidas restritivas que irão vigorar durante o fim de semana custarão, por dia, R$ 70 milhões ao varejo.

O cálculo do prejuízo estimado com o fechamento ao longo do próximo sábado (27) e domingo (28) foi realizado por uma consultoria econômica. "Entendemos que na sexta-feira será um pouco menos que isso, pois funcionaremos até às 20h. Mas no sábado e domingo teremos uma perda substancial, em torno de R$ 70 milhões", disse durante conversa com jornalistas por meio de uma videoconferência.

Pandemia na Bahia

De acordo com dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), o estado registrou 100 mortes por covid-19, maior número desde o início da pandemia, e 4.917 novos casos. De acordo com a Sesab, a Bahia contabiliza 11.488 óbitos e 669.821 casos até esta quinta-feira (25).

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