Segundo moradores, foi usado uma retroescavadeira para cavar buracos e destruir a mata para fazer uma segunda casa.
Na manhã desta quinta-feira (16), moradores do Imbuí Ville e do Conjunto Guilherme Marback, em Salvador, denunciaram ao Bocão News um caso de supressão de vegetação nativa em área de proteção permanente e invasão de área pública.
Em documento enviado para nossa reportagem, os moradores afirmam que desde dezembro de 2013, uma área que contém um fragmento de Mata Atlântica, localizada na Travessa dos Colibris, foi invadida.
De acordo com a população local, houve as infrações de desmatamento (supressão de vegetação nativa) da Mata Atlântica, agravado por ser uma Área de Proteção Permanente (APP), devido à inclinação do terreno, invasão de área pública sem autorização e despejo de lixo e entulho em área pública.
"Desde o final do ano passado que um grupo de pessoas desmatou e está construindo um imóvel atrás do conjunto Marback. A gente denuncia, mas não estamos tendo resposta. E nossa preocupação é porque o imóvel está sendo construindo muito rápido", disse um dos moradores que prefere não se identificar.
Ainda segundo o documento, o caso já foi denunciado para a Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA), no dia 27 de setembro de 2013; ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), no dia 08 de janeiro de 2014; a Secretária Municipal de Urbanismo e Transporte (SEMUT), no dia 09 de janeiro de 2014; no Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA), no dia 10 de janeiro de 2014; e também na Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (SUCOM), em fevereiro de 2014.
Os invasores depositaram lixo e madeira utilizando o caminhão de uma empresa.Os moradores afirmam também que mesmo com tantas reclamações e monitoramento constante da população, novas áreas estão sendo desmatadas e mais casas estão sendo construídas. “SEMUT e a COPPA já foram ao local, inclusive com embargo da obra, mas não tivemos nenhum retorno positivo, até porque os invasores retornaram no dia outro dia. Já o INEMA, encaminhou a denúncia para a SEMUT, por ser de competência municipal. Infelizmente, não obtivemos resposta do MPBA e da SUCOM, os órgãos com maior potencial para solução desta questão”, lamenta outra moradora que também prefere não se identificar.
Muro do imóvel que está sendo construído na área desmatada Por meio de nota, a Sucom informou que técnicos da autarquia estiveram na última quarta-feira (15) no local e notificaram o responsável por uma obra que estava sendo realizada. O documento exige a demolição das estruturas que se encontram ainda em construção. A autarquia acrescenta também que em relação às demais casas que já se encontram habitadas, a Sucom tomará as providências cabíveis, como a solicitação para desapropriação, para depois realizar a demolição.
Fotos: Leitores do Bocão News
Publicada no dia 16 de setembro de 2014, ás 13h07
