O Itaú vai pagar R$ 5,7 bilhões para ficar com 49,9% da XP Investimentos, maior corretora do país.
O acordo foi anunciado na noite desta quinta (11) e envolve também um acerto com o fundo General Atlantic e a gestora Dynamo, acionistas da XP.
Isso porque ele prevê que a participação do Itaú siga crescendo nos próximos anos até chegar a 75% da XP.
O banco comprometeu-se a comprar uma fa
tia adicional de 12,5% em 2020 e outra de 12,5% em 2022.
Assim, General Atlantic e Dynamo deixarão o negócio.
Os sócios da XP manterão, contudo, a maior parte das ações com direito a voto.
Isso, segundo comunicado divulgado pela corretora, permitirá que a XP mantenha sua independência operacional. De acordo com as instituições, haverá "livre competição" entre Itau e XP.
As negociações ganharam força nas últimas semanas, em um momento em que a XP se prepara para lançar ações em Bolsa e mostra como o crescimento da empresa tem incomodado os grandes bancos de varejo.
A XP ganhou terreno justamente ao vender-se como alternativa aos "bancões": uma plataforma independente onde se oferece todo tipo investimento — os grandes bancos privilegiam produtos próprios, que não necessariamente fazem o dinheiro do cliente render mais.
A união com um grande banco pode minar o que a corretora tem de mais valioso. Por essa razão, as conversas não envolvem apenas cifras, mas formas de manter a imagem de independência.
A expectativa dos sócios era que a oferta de ações jogasse o valor de mercado da XP para cerca de R$ 12 bilhões. É esse montante que norteia as negociações.
Por ora, a estratégia da corretora é afirmar que nada muda em seus planos. A entrada do Itaú, porém, pode levar ao cancelamento da oferta de ações, segundo executivos próximos às conversas.