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Sem auxílio emergencial, comércio na Bahia deve ter queda de 6%, diz presidente da Fecomércio-BA

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Andrade também lamentou o anúncio de fechamento da Ford, em Camaçari  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 18/01/2021, às 19h01   Redação Bnews


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A última parcela do Auxílio Emergencial foi paga em dezembro de 2020. O benefício criado pelo governo federal socorreu 68 milhões de brasileiros desde o início da pandemia da Covid-19. Mas a não prorrogação do programa, pode criar um impacto negativo de 6% no comércio do estado da Bahia apenas no primeiro trimestre deste ano. A avaliação é de Carlos de Souza Andrade, presidente do Sistema Fecomércio-BA.

“Nós achamos de suma importância  que essa ajuda emergencial seja aprovada, infelizmente, sendo bem claro, as autoridades de Brasília às vezes atrapalham pois não pensam nos estados e municípios. Brasília pensa mais politicamente em Brasília”, disse, em entrevista ao Bnews.

O comércio vinha ganhando fôlego após a flexibilização das atividades econômicas e chegou em seu melhor momento, ainda segundo Andrade, no fim do ano passado com o pagamento do décimo terceiro salário. O varejo conseguiu um incremento de 20% a 30% durante esse período. 

O desempenho positivo, no entanto, não ajuda o estado a superar as vendas de 2019. O Sistema prevê que o faturamento em 2020 seja de 95,2 bilhões, resultado que pode ser considerado o pior dos últimos dez anos. A queda das vendas será de R$5,6 bilhões.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou na semana passada que o governo federal não tem condições de continuar pagando o auxílio e que uma eventual retomada do benefício pode levar ao aumento da taxa de juros e da inflação. No Senado, parlamentares começam a se mobilizar para estender o estado de calamidade pública e, consequentemente, prorrogar o benefício. Já há quatro pedidos nesse sentido. 

Ford

O presidente da Fecomércio-BA também lamentou a decisão da Ford de fechar suas três fábricas no Brasil, uma delas localizada na cidade de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Com a saída da empresa, cerca de cinco mil empregos diretos devem ser extintos em todo país, mas esse número pode ser muito maior na Bahia pensando em toda uma cadeia produtiva que foi criada com a chegada da fábrica no estado, em 2001.  

"É um problema do Brasil, mas a Bahia foi duramente atingida e prejudicada com esse anúncio de fechamento. A cidade de Camaçari é um pólo de desenvolvimento, mas o fechamento da Ford prejudica todo o pólo, em torno de 15 a 20 mil trabalhadores, porque não são apenas os funcionários da empresa, são aqueles que fazem parte de negócios satélites que prestavam serviços a Ford. Muitas empresas terceirizadas na área da saúde, limpeza e prestação de informática serão prejudicadas", completou.

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