Educação

Governo petista frustra professores universitários

Publicado em 29/04/2011, às 15h13   Luiz Fernando Lima


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O coordenador do Fórum das Associações dos Docentes das Universidades Estaduais da Bahia, Jean Santana, definiu em duas palavras o sentimento que move os professores neste momento: frustração e perseverança. As palavras vêem após o governo estadual determinar o corte salarial dos grevistas.

“Estamos frustrados porque é difícil imaginar que os petistas que sempre tiveram ligados aos sindicatos, que promoveram paralisações históricas, estejam afirmando que a greve dos professores causa prejuízos para a sociedade”, lamentou.

Santana lembra que a mesma medida (corte de salários) foi adotada pelo então governador Paulo Souto, do antigo PFL, e os próprios petistas bateram forte na gestão estadual. Na oportunidade, os deputados do Partido dos Trabalhadores engrossaram a greve e fizeram muito barulho para garantir que os profissionais da educação pudessem ter as suas reivindicações atendidas.

“Eles (PT) se esquecem que se hoje nós professores temos um salário um pouco melhor, se as verbas das universidades estão um pouco maior é porque os professores e os estudantes foram às ruas denunciar o descaso”, aponta.

De acordo com Santana, além de cortar os salários, o governador e o secretário de Educação, Osvaldo Barreto, se recusam a negociar com os docentes enquanto a paralisação for mantida. No entanto, o professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) acredita na continuação da greve.

Manifestação

A chuva não impediu que cerca de 300 pessoas, entre professores, estudantes e técnicos administrativos, das quatro universidades estaduais da Bahia - Uefs, Uesc, Uesb e Uneb – fossem às ruas na tarde de quinta-feira (28) denunciar o destrato do governo estadual com a educação acadêmica.

Os manifestantes pararam o Campo Grande com dois objetivos principais, segundo Jean Santana. “Primeiro, queríamos mostrar para a sociedade as razões que nos levaram à greve. Também fizemos isto para ‘forçar’ o governo a reabrir as negociações”, revelou.

De acordo com a assessoria de comunicação da Associação de Docentes da (Uefs), a nota divulgada pelo governo afirma que o processo de negociação não foi interrompido. No entanto, na quarta (20), o governo enviou aos representantes dos professores um email no qual afirmava que o acordo salarial só seria assinado após o final da greve.

Não há nenhuma reunião marcada com representantes do governo, mas entre os professores as assembleias continuarão sendo realizadas.

Assembleia

Na próxima semana, estão agendadas reunião nas quatro universidades. Na quinta-feira (5), os representantes dos professores vão até a Assembleia Legislativa para conversar com os deputados. A ideia é sensibilizar os parlamentares para  que eles intervenham de algum modo.

Informações levantadas pela reportagem do Bocão News dão conta de que o secretário Osvaldo Barreto se recusou a receber os membros da comissão de educação do Legislativo baiano.

Na pauta das reivindicações dos professores dois pontos são prioritários: retirada do acordo da cláusula que congela os salários dos professores até o final de 2014 e retirada das universidades do Decreto de Contingenciamento.

Fotos: Ascom Adufs

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