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PV ganha força nacional

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Marina está sendo cortejada. Na Bahia, crise de tendências internas  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 05/10/2010, às 17h59   Luiz Fernando Lima


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O papel da Marina Silva no primeiro turno das eleições presidenciais foi determinante. Os mais de 19 milhões de votos que a candidata verde teve no dia 3 de outubro a colocaram no centro do debate entre tucanos e petistas. O cortejo a ela, com vista em seus eleitores já é motivo de especulação geral na grande mídia. Contudo, de acordo com a principal liderança da legenda no estado, o deputado federal Edson Duarte, não há ainda nenhuma determinação do diretório nacional sobre o apoio.

“Não tem nada decidido, a Marina está fazendo uma consulta com os núcleos da sociedade que deram sustentação ao PV durante o período eleitoral para decidir coletivamente. Isto é uma forma de darmos um retorno às nossas bases. Uma coisa é certa, o nosso apoio será declarado para o candidato que absorver as nossas propostas, não vamos nos deixar corromper por cargos e outras benesses”, afirmou Edson Duarte.

Duarte integrou o conselho de campanha da candidatura de Marina. Segundo revelou, este conselho - que tem caráter deliberativo - vai se reunir esta semana para discuti propostas para serem encaminhadas. Estão entre as possibilidades: liberar os eleitores para votar de acordo com a consciência sem interferência do partido; liberar os diretórios estaduais e lideranças para declarem apoio a quem desejar; enviar uma recomendação nacional; e não declarar apoio a nenhum dos candidatos.

No entanto, será difícil para a legenda segurar algumas lideranças que já estão declarando apoio a um ou outro candidato como é o caso de Luiz Bassuma que já descambou para o lado de Serra,  e o de Gabeira que também engrossou o coro em favor dos tucanos. Gabeira foi  derrotado na disputa pelo governo do Rio de Janeiro, perdendo justamente para Sergio Cabral (PMDB) apoiado por Lula. Além desses, o presidente nacional da legenda, José Luiz Penna, tem uma relação antiga de proximidade com Serra e, principalmente, com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM).

Enfim, Duarte nega que haja decisão fechada. De fato, oficialmente não há, mas a tendência é que apóie o PSDB, ao menos é que lideranças do partido vem manifestando. “Particularmente, acho extremamente ruim se antecipar a decisões do partido. Acredito que não seja muito inteligente”, pondera.

O PV tem um outro problema, só que este, de natureza estadual. O candidato derrotado na disputa para o governo do Estado, Bassuma, entrou em choque com Juliano Matos, ex-secretário de Meio Ambiente de Wagner, e com Bete Wagner,  que foi superintendente do Instituo do Meio Ambiente (IMA). Nenhum dos dois se elegeu para o parlamento estadual, mas são defensores da reaproximação do PV com PT.

Mediar estas disputas internas não vem sendo trabalho fácil. Entretanto Duarte garante que estes embates intrapartidários são indícios de que a legenda está amadurecendo e ganhando corpo. “É natural que estejamos passando por tudo isso,  estamos amadurecendo como partido. Mas os exageros serão combatidos, queremos a nossa independência e isto aguça vaidades e outras coisas que são comuns a todos os seres humanos, precisamos ter atitudes comedidas e seguirmos conquistando os nossos espaços, sem deixar que os interesses pessoais se sobreponham aos do coletivo, do partido e suas bases”, ponderou.

Classificação Indicativa: Livre

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