Mais religião na política

A participação de setores religiosos no processo político ao que parece vai permanecer inalterada. Os recentes recursos empreendidos por esses segmentos também levam à reflexão de que dinheiro não é problema, pois como é de conhecimento público, o capital necessário para imprimir uma quantidade grande de panfletos, folders e cartazes não é pequeno.

Se dinheiro não é problema e Estado laico não tem nenhum significado não há nenhum constrangimento quando são encontrado cerca de 1 milhão de folhetos impressos com uma carta intitulada “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras”. De acordo com a reportagem do Terra, o texto pede aos eleitores que votem apenas nos candidatos e candidatas de partidos contrários à descriminalização do aborto.

Ainda segundo a equipe de reportagem do portal, a carta faz menção ao posicionamento do PT, incondicional, ao terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos, que foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Os folhetins seriam distribuídos neste domingo (17) nas missas em igrejas dos bairros do Paraíso e da Barra Funda, em São Paulo, e na cidade de Guarulhos.

Panfletos idênticos já circularam por Aparecida (SP) e Contagem (MG) na feriado de 12 de outubro. Os novos são creditados à Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Contudo, não há comprovação de que a entidade religiosa tenha sido a mandatária.
Certo é que os setores das igrejas continuam transformando o debate político em um país leigo para a religião.