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BNews Novembro Negro: Estilistas levam representatividade às passarelas

Divulgação | Ítalo Soares
Bnews - Divulgação Divulgação | Ítalo Soares

Publicado em 15/11/2021, às 06h45   Redação BNews


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O Brasil, como país plural de referências e costumes, sofreu grandes intervenções das diversas culturas que para aqui vieram durante o período de colonização. Essas influências, que, seguem na constante luta pelo respeito e valorização das minorias, está devolvendo à cultura africana seu lugar de importância na construção da nossa cultura. 

E foi justamente partindo deste princípio que a dupla de irmãos soteropolitanos Céu e Junior Rocha passou a imprimir seu estilo na ‘Meninos do Rei’. Com cores vibrantes e estamparia vinda diretamente de países africanos, a marca tem na alfaiataria sua aliada e na elegância do povo negro a inspiração para criações únicas e marcantes. Adeptos da moda com conceito e propósito, os irmãos trabalham sob encomenda, atendendo os desejos de sua vasta clientela, que já inclui personalidade como Gilberto Gil, Carlinhos Brown, Toni Garrido, Margareth Menezes, dentre outros. 


Foto - Divulgação | Francklin Almeida

Nas coleções, é notório um estudo detalhado e criterioso das tendências. A alfaiataria vem com contrastes, entre tamanhos e proporções. Nas peças, a textura marcante e estampas africanas fazem uma alusão aos movimentos contemporâneos. “Nosso DNA está nas cores fortes do nobre tecido africano e é através deles que reescrevemos nossa história”, disse Céu.

Para a dupla, que alcançou o merecido feito de se apresentar na próxima edição da renomada São Paulo Fashion Week - SPFW, os conceitos da moda afro-brasileira representam, cada vez mais, a autoafirmação da população negra perante sua própria cultura que dá força para esse movimento, afinal moda também é sobre identidade. “As peças são pensadas na liberdade de ser o que quiser, na desconstrução dos padrões e no respeito às diferenças. “Os estilos se cruzam, a fim de mostrar a feminilidade por outras perspectivas”, ressalta Junior Rocha. “Fazemos uma reverência a nossa ancestralidade de uma forma urbana e moderna”, completa Céu.

Seguindo o mesmo conceito, em meados de 2006 surgiu, através do artista Murilo Dilay, a 'Chato Afro Culture', levando mais estilo aos artistas da cena soteropolitana. Entretanto, foi em meados de 2013, com a entrada do seu irmão, Lucas Dilay, que as cores, estampas, formas e identidade da moda africana, invadiram os cabides da marca, valorizando a ancestralidade e beleza negra. “A nossa missão é elevar a estima do povo preto, com produções que possam valorizar os nossos traços marcantes e sobressair a nossa pele”, afirma Lucas. 

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Para os irmãos, o apoio da moda a valorização da cultura negra no Brasil é imprescindível para uma sociedade mais justa

A marca presa por autenticidade, ousadia e exclusividade, com peças feitas para uma turma que tem identidade, visando total exclusividade nas estampas e modelagens.  “Queremos sobretudo que a mulher preta use nossas peças e se sinta plena como uma rainha” conta Murilo.

A moda afro-brasileira busca, entre outros objetivos, mostrar o quanto esse vestir é capaz de criar uma consciência que resulte em ações políticas e sociais. “Ser preto é lindo, ser preto tem o seu valor. E a gente tá aqui para mostrar que podemos chegar a qualquer lugar e que temos o nosso valor. Nossa moda tem muita simbologia”, completa o artista.  

Para os irmãos, o apoio da moda a valorização da cultura negra no Brasil é imprescindível para uma sociedade mais justa e igualitária. “Poucas pessoas do mercado compreendem a nossa verdade, mas a gente resiste, porque é o que a gente acredita. É a perpetuação da nossa história. As pessoas precisam respeitar a cultura do nosso povo.  Por isso, nosso conceito é pautado em força, resistência, luta e esperança. A gente merece esse espaço”, conclui Murilo Dilay.  

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