Linha Viva: população impede realização de audiência pública

Representantes da sociedade civil organizada, com o apoio dos vereadores Gilmar Santiago (PT), Marta Rodrigues (PT), Aladilce Souza (PCdoB) e do vereador eleito Everaldo Augusto (PCdoB), literalmente, tomaram o microfone da equipe da prefeitura de Salvador, que tentou, sem sucesso, realizar audiência pública que debateria o projeto da Linha Viva, na tarde desta quinta-feira (22) na Escola Politécnica da Ufba, no bairro da Federação.

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O vereador Gilmar Santiago (PT) disse em alto e bom som que a prefeitura foi comprada e está atendendo exclusivamente aos interesses dos empresários. “Estão vendendo a cidade. Temos que planejar quais serão ações que faremos para barrar esse projeto. Não vamos aceitar essa farsa. O secretário Paulo Damasceno está tentando ler e legitimar essa ata que inventaram para tentar legitimar esse factóide”, declarou o petista.

“Isso que eles estão tentando fazer é o maior dos absurdos. Não deram direito a população o direito de achar bom ou ruim esse projeto. Simplesmente não discutiram e o povo não conhece o projeto”, afirmou a vereadora Marta Rodrigues.

Sobre a validade da audiência, o vereador Everaldo Augusto foi enfático. “Isso nunca foi uma audiência pública, pareceu mais um circo”, diagnosticou o comunista.

Vaias

Vaiado e acuado, inclusive depois um popular ter colocado o dedo em riste na altura do rosto do secretário, Paulo Damasceno assumiu que recebeu uma recomendação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) para que a audiência pública fosse suspensa, mas que o parecer do órgão fiscalizador ainda será analisado. Contudo, destacou a importância de se discutir o projeto. “Não se pode impedir por impedir a audiência pública. Esse debate serviria para avaliarmos e aprimorarmos todos os pontos”, lamentou.

Apesar da maioria torcendo para que a audiência “fora da legalidade” não fosse realizada, durante o encontro vozes populares em prol do Linha Viva também se manifestaram. Para Reginaldo Filho, diretor do movimento União dos Bairros, acredita que o projeto será importante para a cidade. “Antes da Paralela ser criada, muitos técnicos e engenheiros também eram contrários a criação da avenida. Hoje, são todos a favor. Da mesma forma, precisamos de uma via como essa. Nossa cidade precisa de mobilidade”, opinou.

Não adiantou a tentativa de realizar a audiência. Debaixo de mais vaias, o secretário Paulo Damasceno e toda a equipe da prefeitura foi praticamente expulsa do evento.  Os populares comemoraram com o microfone na mão e acompanharam os técnicos da prefeitura até seus respectivos automóveis, cantando palavras de ordem contra o projeto.

Apesar da não realização de nenhum esclarecedor debate sobre a Linha Viva, uma ata foi redigida e será apresentada pelos representantes da prefeitura como prova de que a audiência pública aconteceu. Os populares prometeram continuar questionando e ir até as últimas consequências para barrar o que consideram “um projeto ilegal”.