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Mercado do Peixe é inaugurado sem água e luz

Publicado em 11/09/2010, às 11h37   Luiz Fernando Lima


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A inauguração do novo Mercado do Peixe, no Rio Vermelho, na noite de sexta-feira (10), teve todos os ingredientes que sempre fizeram parte deste cenário que já embalou muitas noitadas da boemia soteropolitana. O prefeito João Henrique (PMDB), ao lado de diversos secretários municipais cortou a fita simbólica e entregou os 36 boxes.

Após oito meses de espera, inicialmente seriam seis, os permissionários poderão servir as tradicionais comidas típicas baianas no mercado. Contudo, de acordo com o Alex Nunes, que trabalha a 20 anos no local, a Embasa e a Coelba ainda não terminaram os serviços, e provavelmente, tudo só estará regularizado na próxima semana.

A Schincariol, responsável pela parceria que investiu na reconstrução do espaço, ainda não empregou todos os recursos previstos, R$ 3 milhões, devido a proibição da Justiça Federal e Ibama. De acordo com o secretário municipal de serviços públicos, Fábio Mota, a prefeitura já está empenhada na resolução do problema.

Colônia de Pesca

Enquanto o imbróglio não se resolve, a Colônia de Pescadores Z1, em frente ao Mercado do Peixe, continua destoando do novo equipamento. Construída pelos próprios pescadores, em 1989, a colônia não pode passar por reformas, por conta, da proibição do Ministério Público. Segundo o pescador Paulo Sérgio de Jesus, que há 18 anos traz os seus peixes para este local, os prejuízos durante os oito meses de obra no mercado chegaram a 80%.

Sérgio revela que os 150 pescadores da colônia pescam um total de mil quilos diariamente. De acordo com ele, 70% dos peixes eram vendidos antes da reforma do mercado. “Nos sentimos prejudicados com esta situação, porque a sociedade, muitas vezes, discrimina a gente, pois eles não estão no nosso dia a dia”, denúncia.

Sérgio ainda diz que os órgãos municipais se recusaram a ajudá-los sob argumento de que o Ministério Público iria embargar qualquer projeto criado pela prefeitura. “Eles (prefeitura) pediram para que nós entrássemos em contato com a Schincariol para que a indústria nos ajude”, afirma.

Nem o prefeito João Henrique, nem o secretário Fábio Mota souberam precisar quando as obras da colônia serão autorizadas. “Enquanto tivermos saúde vamos continua lutando, se eles (prefeitura) não quiserem nos ajudar, nós mesmos vamos fazer”, defende o pescador.

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