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Centenas entre feridos e mortos marcam confronto no Egito

Publicado em 08/05/2011, às 20h42   Redação Bocão News e Agências


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Pelo menos 232 pessoas se feriram e outras 12 morreram em um dos piores confrontos religiosos no Egito desde março, quando 13 fiéis morreram no incêndio de uma igreja, o que levou o governo local a prometer medidas duras para enfrentar a onda de violência. O incidente ocorreu em Imbala, no subúrbio da capital Cairo no final deste sábado.
"Aglomerações em lugares de adoração devem ser banidos para proteger os lugares sagrados, reforçar a segurança dos moradores e prevenir novos conflitos", disse o ministro da Justiça Abdel al Gindi, em uma comunicação lida na televisão estatal.
Ele prometeu usar "mão de ferro contra todos aqueles que forem contra a segurança nacional" e que "o governo aplicará de maneira imediata e firme as leis que castigam os ataques contra locais de culto e contra a liberdade de crença".
O Exército egípcio informou que 190 pessoas detidas serão apresentadas perante tribunais militares. Muçulmanos e cristão socorridos em hospitais mostraram a repórteres sinais aparentes de ferimentos a bala, e fontes médicas confirmaram pelo menos 65 feridos por tiros.

Rumores – O incidente aconteceu quando grupos de muçulmanos atacaram a igreja de Mar Mina ao crer que os cristãos mantinham presa ali uma mulher que tinha se convertido ao Islã para se casar com um jovem desse credo.
Segundo a televisão pública, as declarações que algumas das testemunhas fizeram tornam impossível estabelecer quem começou o confronto e de onde procediam os disparos. Também foram lançados coquetéis molotov. Os muçulmanos agressores pertencem à corrente dos salafis, uma das mais rigorosas do Islã e que a cada dia está ganhando mais terreno no Egito.
Os cristãos egípcios, majoritariamente coptas, representam 10% da população do país, calculada em cerca de 75 milhões de habitantes.
Periodicamente há incidentes armados entre cristãos e muçulmanos no Egito por razões religiosas, especialmente no sul do país, mas que começam a ser mais frequentes nesta capital.
"Deus sabe se essa história de converter uma garota é verdade ou boato mas, de qualquer maneira, ela não acrescenta ao Islã ou reduz o Cristianismo", disse à agência Reuters Dina Mohamed, uma dona de casa que vive perto da igreja de Santa Maria, incendiada durante o confronto.
Segundo testemunhas, o incêndio foi provocado por vândalos, e que moradores locais, inclusive salafis, tentaram apagar.
Neste domingo, um princípio de confusão entre cristãos e muçulmanos teve início em frente às ruínas, o que logo reuniu uma multidão, dispersada quando as forças de segurança fizeram disparos para cima.


//Com agências internacionais.

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