Conheça o trumpista que invadiu o Capitólio fantasiado

Além da violência, brutalidade e falta de zelo pelos valores democráticos, outro detalhe que chamou a atenção na invasão de trumpistas ao Capitólio foi a fantasia que alguns utilizavam. Dentre os adereçados, um dos que mais chamou a atenção foi um homem que atende pelo apelido de "Q Shaman".

Trata-se de Jake Angeli, de 32 anos, um fervoroso partidário do movimento QAnon, uma teoria da conspiração difundida e completamente infundada que diz que Trump está travando uma guerra secreta contra os pedófilos satanistas do alto escalão do governo, do mundo empresarial e da imprensa.

Para essa invasão, ele utilizou seu look padrão: sem camisa, rosto pintado, chapéu de pele de animal com chifres e empunhando a bandeira dos EUA. Desta forma, o "xamã" gritou palavras de ordem em defesa de Trump e contra a certificação da vitória do democrata Joe Biden.

Angeli começou a participar de movimentos conspiracionistas de extrema-direita após fracassar como ator e cantor. Sempre utilizando o mesmo uniforme, ele afirma que pode visitar "dimensões superiores onde pedófilos e estupradores se escondem nas sombras".

"Como um xamã, eu sou como um ser multidimensional ou hiperdimensional, ok?", disse o americano em entrevista no ano passado.

Na repercussão em tempo real da invasão do Capitólio nas redes sociais, "Q Shaman" chegou a virar motivo de piada, sendo até comparado ao vocalista do Jamiroquai e a um dos líderes da banda pop americana Village People. Mas a mensagem dele está longe da simples diversão proporcionada por hits como "YMCA" e "Go West".

Angeli acredita que líderes internacionais que defendem "um único governo global" conspiram para impedir que o público tenha acesso a descobertas científicas de grande sucesso, "a fim de manter o sistema como está", conforme relatou o site "AZ Central". Entre elas, estariam, segundo o americano, "tecnologias antigravidade" e "energias infinitas".

"A maior parte das pessoas não vê isso porque o terceiro olho delas não está aberto", afirmou o "xamã", que também costuma disparar contra a imprensa, especialmente por "superdimensionar" os riscos do coronavírus.