Polícia

Mulher é suspeita de tráfico de crianças

Publicado em 09/04/2011, às 16h06   Maiana Brito


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Rosielba Cristina de Oliveira, 29, foi detida na manhã deste sábado por policiais do Aeroporto Internacional Luiz Eduardo Magalhães sob suspeita de tráfico de crianças. Ela ainda vai ser interrogada. Mas, a suspeita é de que ela tenha saído de Fortaleza, sua terra-natal, para o interior da Bahia para concretizar uma transação envolvendo um bebê de, aproximadamente, cinco dias.

Se for comprovada, ela será enquadrada no parágrafo único do artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que trata sobre compra e venda de incapaz. Ela afirma não ter pagado nada pelo bebê. Se ela, de fato, não tiver dado dinheiro à intermediadora, identificada com o pré-nome de Maria Auxiliadora, – entre ela e a mãe da criança – Rosielba pode responde por subtração de incapaz.

De acordo com a delegada titular da Derca, Simone Malaquias, ela chegou a Salvador em um vôo da Webjet, vindo de Fortaleza, na quarta-feira (6). E encontrou com Auxiliadora no dia seguinte, quando entregou uma sacola cheia de roupa para crianças. Nesta sexta-feira (8), as duas se encontraram em um município – que ela não soube precisar o nome – próximo a Santa Inês e tomaram um táxi. Quando chegou próximo ao entroncamento de Jaguaquara, a mulher seguiu no veículo e ela tomou um ônibus, em posse da criança, rumo a Salvador.

Na madrugada deste sábado, ela tentou embarcar de volta para casa pela Webjet, mas como a empresa não tinha vôo disponível para o horário, tentou pela TAM. Percebendo a insistência e inquietude da mulher, a polícia resolveu abordá-la e descobriu que, além não ter características físicas que se aproximassem das dela, o bebê não tinha nenhum documento, o que levantou suspeita. Por isso, os agentes a levaram para a Delegacia da Criança e do Adolescente, em Brotas.

De acordo com Rosielba, que chorava muito e resistia em falar, ela quer muito ser mãe, tentou engravidar diversas vezes, mas não consegue segurar o feto. “Vi um anúncio na internet, através do Yahoo, e mandei uma mensagem. Uma mulher (a Maria Auxiliadora) respondeu que uma amiga ia ter neném em alguns dias, mas não ia ficar com ela por não ter condições de criar e queria entregar a criança a alguém. Aceitei e ficamos trocando e-mails”. Assim ela justificou seu contato com a intermediadora.

Questionada sobre o fato de ela estar fazendo algo ilegal, Rosielba Cristina respondeu que estava tão desesperada, que não pensou nas conseqüências. “Eu não paguei por isso. Era uma doação. Eu só fiz comprar as roupinhas, por que a moça disse que ele (o bebê) não tinha nada. Nem sabia se seria menino ou menina. Só queria ter. ia ser uma gravidez no coração”, conclui.

Simone Malaquias disse que não pode afirmar nada, mas vai partir do princípio de que se trata de uma transação de tráfico de bebês, pois há um grupo no Brasil que vive dessa prática. “Estamos coletando as informações ainda. Temos que saber até que ponto o que ela diz é verdade, se os nomes e os documentos que ela apresentou são verdadeiros. Até por que, quando ela chegou aqui de manhã, disse que teve a criança aqui na Bahia e que tinha vindo comprar roupa para revender. Depois, veio com a história de que queria adotar a criança para dar uma vida melhor, que a mãe não tinha condições de criar e ela quer muito ter um filho”.

Fotos Paulo Macedo

Classificação Indicativa: Livre

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