Polícia

Mulher negra é inserida em grupo de WhatsApp e sofre ofensas racistas: 'Assuma seu lugar de inferioridade total'

Reprodução/Arquivo Pessoal
Chamado de Realities - Red Pill Opressor, o grupo tinha na descrição um resumo do que seus membros pensam: "Somos homens, brancos, hetero normais, devido a isso te oprimimos, né? Portanto, assuma seu lugar de inferioridade total".  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Arquivo Pessoal

Publicado em 11/08/2021, às 11h30   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

A influencer Carol Inácio, de 26 anos, comemorava seu aniversário na tarde do último domingo (8) quando recebeu o pior presente que poderia imaginar. A jovem engajada em causas como o feminismo negro e o empoderamento da mulher, foi inserida em um grupo de WhatsApp formado por homens racistas e que se afirmavam como nazistas. O caso aconteceu no município de Colatina, Espírito Santo.

Logo após ser adicionada, Carol começou a receber ofensas. "Negras fedem a bicho", "mesma coisa que transar com animal", "no BBB 2022 poderia ter uma senzala de vidro só para negros", escreveram os membros.

Um outro perguntou: "Se chegar uma Nêga Obesa pra você, dizendo que você é privilegiado e tem que dar a vez para ela, o que você vai fazer?". Como resposta um membro escreveu: "dou uma paulada na cabeça dela".

Carol acredita que as agressões foram motivadas pelo seu posicionamento público a respeito do racismo e do feminismo. Ela integra o Movimento de Mulheres Negras de Colatina e se descreve como uma "afroencer", palavra que une o afro com suas atividades de influencer nas redes sociais.

Chamado de Realities - Red Pill Opressor, o grupo tinha na descrição um resumo do que seus membros pensam: "Somos homens, brancos, hetero normais, devido a isso te oprimimos, né? Portanto, assuma seu lugar de inferioridade total", dizia a apresentação.

Logo abaixo da descrição havia mais algumas frases que davam a tônica do que se discutia ali, como "gayzismo é doença" e "feminismo é lixo". Na imagem do grupo, constava uma sequência de placas. A primeira era uma caveira com a palavra "toxic" e uma seta apontada para as logomarcas dos movimentos Black Lives Matter, LGBTQIAP+ e do feminismo, todas com um traço em cima, em sinal de reprovação.

O grupo tinha 129 integrantes, seis deles com números do exterior, inclusive o administrador que se apresenta apenas como Anderson. Ele tem um telefone com código de Massachusetts, nos Estados Unidos, e se descreve como uma pessoa nazista e que odeia gays e nordestinos.

Carol salvou todas as mensagens e denunciou o caso à Polícia Civil. Ainda na noite de domingo ela fez um boletim de ocorrência online e aguarda o contato dos agentes.  A informação é do jornal 'O Globo'.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp