Polícia

Lequinho confessa participação e detalha o crime

Imagem Lequinho confessa participação e detalha o crime
Ele foi localizado na chácara da avó de uma namorada, Aline, grávida de seis meses, que está na DTE  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 30/12/2010, às 12h16   Fabíola Lima




Em depoimento ao delegado Omar Andrade, da 4ª Delegacia de polícia em São Caetano, Alex Santos e Silva, 21, o Lequinho admitiu nesta sexta-feira (30) sua participação direta na morte e degola das adolescentes Janaína Cristina Brito Conceição, 16, e Gabriela Alves Nunes, 13, mortas no dia 19 de novembro, na localidade de Nova Divinéia, no bairro do IAPI.

A princípio ele estava muito relutante e tentou negar participação no crime, alegando que “apenas vendia o pó” e responsabilizou diretamente Vitor Santos Almeida, 26, o Branco, morto em confronto com a polícia no último dia 10, pelo crime.
Mas com o desenrolar do depoimento, ele admitiu primeiro que teria segurado a perna de uma das garotas. Em seguida ele relatou detalhes do crime no qual teve participação ativa.

Lequinho contou que na quinta-feira (18) ele encontrou as meninas andando na região com Branco e Riso, ele alegou inclusive, teriam fumado maconha juntos. Mas depois daquela dia, não as viu. Ele disse achar que as duas eram envolvidas com o Riso. Branco teria comentado que estava desconfiado das meninas, porque elas falavam muito ao celular.

Branco começou a espancar as garotas com tijolos. Em seguida, ele teria ligado para a família das garotas para pedir resgate. Os familiares pareciam não acreditar e ele ameaçou cortar a cabeça das duas caso não pagassem a quantia, que Lequinho não soube informar. Mas como a família ofereceu apenas R$ 1 mil. Branco achou que era pouco e falou que guardassem o dinheiro para o velório.

Ainda em seu relato, Lequinho disse que após isso, Branco pediu para Adriano para pegar um facão. As meninas apanharam muito e a mais nova (Gabriela) desmaiou. Quando Adriano voltou com o facão, Branco se aproximou dela e começou a cortar o pescoço. “Ela se batia muito, mas ele não parou. A carne dela era muito dura, ele teve que cerrar com o facão mesmo. A outra (Janaína) ficou olhando muito nervosa, em estado de choque, depois ele a mandou deitar com o rosto para o chão e deu dois golpes”.

Logo em seguida, como as duas já estavam mortas, Branco falou que todos deveriam representar o grupo e também cortar as garotas. Neste momento cada um cortou um membro. “Todos cortaram”. Resultou Lequinho.

Em principio o plano era colocar os corpos na área da facção rival. Para despistar a polícia. Eles chamaram o “piloto” (comparsa de Branco) que levou os corpos junto com Cacaroto e Adriano. Em seguida foram “comemorar” fumaram maconha, beberam e cheiraram cocaína.   

Alex Santo e Silva, 21, o Lequinho, mais um dos acusados de participar do assassinato das adolescentes foi preso na madrugada desta quinta-feira (30). 

A primeira versão

Segundo Lequinho, ele foi envolvido no crime, mas não teve participação direta. Ele repetiu ao delegado Omar Andrade, titular da 4ª Delegacia de Polícia, em São Caetano, para onde foi levado após ser preso pela equipe do delegado Cláudio Oliveira, da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), a mesma história contada pelos demais acusados que já foram presos.

Assim como Danilo Rocha de Carvalho, 19, o Cacaroto, preso na madrugada desta terça-feira (28), em Simões Filho, Lequinho contou que foi chamado por Branco para fazer um serviço e que, ao chegar ao encontro do comparsa, já teria encontrado as garotas mortas.

Lequinho justificou seu envolvimento afirmando não ser otário, e “se não me envolvesse seria derrubado por Branco”, disse. Também repetiu que Branco teria matado as adolescentes por suspeitar que elas tinham ligação com seu rival na disputa pelo tráfico de drogas na Nova Divinéia, o traficante Perna (referência a traficante Genílson Lino da Silva, transferido durante a Operação Big Bang, em junho de 2008, para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná) e estavam espionando as suas ações.

Alex Santos e Silva, 21, o "Lequinho", foi preso em Lamarão do Passé, distrito de São Sebastião do Passé, a 58 km de Salvador, localizado na casa da avó de uma das suas namoradas, Aline, por volta das 5h30 de desta quinta-feira. Aline foi presa durante a operação e está DTE.

A polícia chegou até ele após receber denúncias anônimas sobre a sua localização.  Ele contou que a senhora o abrigou porque acreditou na sua inocência. “Eu disse para ela que não tinha participado do crime e ela acreditou em mim, por isso me deu guarida”.

Lequinho é o quarto acusado de participar do duplo homicídio a ser preso pela polícia. Além dele, já estão detidos Jarbas Cristiano Chaves de Souza, 24 anos, e Adriano Silva Nunes, 22 anos, o Bocão. Vítor Santos de Almeida, 26 anos, o Branco, morto em confronto com a polícia, no último dia 10. Continua foragido Risovaldo Hora Costa, 20 anos, o Riso.


Fotos: Aristeu Chagas/Bocão News


Classificação Indicativa: Livre

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