Política

Propina: Mário Negromonte e Luiz Argôlo recebiam dinheiro em casa, diz revista

Publicado em 13/12/2014, às 14h10   Redação Bocão News (Twitter: @BocaoNews)


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O atual conselheiro do Tribunal de Contas dos Muncípios da Bahia (TCM-BA), Mário Negromonte (PP), foi ministro das Cidades no primeiro ano do governo Dilma Rousseff e, na época, o então deputado federal recebia propina no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras em seu apartamento funcional, em Brasília. As denúncias são da revista Veja e também apontam o deputado federal Luiz Argôlo (SD) como um dos beneficiados no sistema "delivery" de dinheiro. O serviço era feito pelo entregador oficial do grupo liderado pelo doleiro Alberto Yousseff, Rafael Ângulo Lopez, que também atendia governadores e senadores.
Negromonte seria, segundo a publicação, um assíduo frequentador do escritório de Alberto Yousseff. O irmão de Mário, Adarico Negromonte, foi preso na Operação Lava Jato por ser apontado nas investigações Polícia Federal como o transportador ilegal de valores para o grupo. Mas, embora trabalhasse para Yousseff, parte do salário era pago pelo então ministro.
"Apesar de ter um irmão plantado no coração da quadrilha, era Rafael Ângulo o encarregado de levar ao ministro, em Brasília, mesadas quinzenais de R$ 150 mil. O dinheiro era entregue no apartamento funcional da Câmara dos Deputados", diz trecho da reportagem da Veja. 
Antigamente no PP e hoje no Solidariedade, o deputado baiano Luiz Argôlo era o que mais dava trabalho aos carregadores de dinheiro de Yousseff, segundo a revista. Frequentador semanal do escritório do doleiro, Argôlo teria transportado de uma só vez para a Bahia uma quantia de R$ 600 mil. Para o transporte, era utilizado um avião particular que partia do aeroporto de São José dos Campos, a 100 quilômetros do escritório de Yousseff e a operação contava com a ajuda de Lopez. 
Em Brasília, para evitar imprevistos no ato de entrega da propina ao apartamento funcional de Argôlo, o entregador se dirigia ao quarto do parlamentar e escondia o dinheiro embaixo da cama.
Delivery - Durante quase dez anos, Rafael Ângulo Lopez era o distribuidor da propina e cruzava o país fazendo as entregas e também era o braço direito de Yousseff. As cédulas eram transportadas amarradas ao corpo sem nunca ter sido barrado e por vezes contava coma ajuda de dois ou três comparsas.
Segundo a Veja, ele mantinha comprovantes de todas as operações clandestinas e por isso sua delação premiada, que ele já começou a negociar, pode fisgar de vez os figurões envolvidos no escândalo da petrolífera.
O ex-presidente da República e senador por Alagoas, Fernando Collor (PTB) também recebeu propinas em seu apartamento em São Paulo. O "presente" entregue pelo "Papai Noel" do esquema foi de R$ 50 mil. O parlamentar era amigo do empresário Pedro Paulo Leoni  e esse, por sua vez, sócio do doleiro Yousseff. Leoni também foi secretário de Collor.
Segundo a publicação, a mando de Yousseff, Lopez fez pelo menos duas entregas ilegais na sede do PT em SP em 2012, que somaram R$ 500 mil. Em ambas as ocasiões, o entregador estava acompanhado de um homem que seria executivo da Toshiba Infraestrutura e atendia pelo apelido "Piva". Os dois pagamentos teriam sido feitos ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
Outra beneficiada com entrega de propina a domicílio foi a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, no Palácio dos Leões, em São Luís: R$ 900 mil.
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