Política

PTN pede a Rui educação em 1º lugar e diz que arregaçará as mangas

Publicado em 12/01/2015, às 19h48   David Mendes (Twitter: @__davidmendes)


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Deputado João Carlos Bacelar,  presidente Maurício Bacelar e Rui Costa durante cerimônia no Salão de Atos

O governador Rui Costa (PT) reservou o Salão de Atos da Governadoria, primeiro evento oficial no espaço desde que tomou posse, para o PTN, partido que aderiu oficialmente nesta segunda-feira (12) a base de sustentação do seu governo. 

No ato político na sede da administração baiana, o novo aliado, sob a representação do presidente estadual Maurício Bacelar, subiu ao pulpito sobre olhares de diversas personalidades políticas do PT e do PTN, como vereadores de Salvador, deputados federais e estaduais, prefeitos do interior, além do senador diplomado Otto Alencar (PSD), do presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alba), deputado Marcelo Nilo (PDT), de secretários estaduais, como o da Educação, Osvaldo Barreto, e lideranças políticas que lotaram o espaço.

Logo de cara, o dirigente mandou um recado ao prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), seu ex-aliado. “Governador, eu quero começar o meu pronunciamento afirmando que a linha política do PTN é pautada pela palavra. Eu e meu irmão, o deputado federal Bacelar, aprendemos em casa que a palavra é o maior patrimônio de um homem. A palavra basta, governador”, alfinetou o dirigente.

O PTN justificou o rompimento com ACM Neto depois de uma suposta quebra de acordo por parte do prefeito. O partido comandou a Secretaria de Educação de Salvador no governo João Henrique e permaneceu no início da gestão democrata até ser substituído, ainda em 2013, pelo secretário Jorge Khoury, que já foi substituído pelo atual chefe da pasta, Guilherme Bellintani.


O secretário de Educação, Osvaldo Barreto, prestigia ato de adesão do PTN

Logo após mandar o recado ao ex-aliado, Bacelar, sob olhar atento do secretário Osvaldo Barreto, mandou um recado ao novo parceiro. “Assim como o senhor governador, eu estudei em escola pública e sei da importância de termos uma educação de qualidade, a principal bandeira de atuação do PTN. Sei que comungamos os mesmos ideais voltados para a educação, por isso, O PTN já chega lhe fazendo um pedido: queremos o compromisso do senhor em colocar a educação em primeiro lugar na Bahia. (...) Vamos arregaçar as mangas e trabalhar para ajudar no seu projeto de construção de uma Bahia mais desenvolvida, com a educação em primeiro lugar e que saiba cuidar bem dos baianos”, disse.

Em seu discurso, Rui Costa afirmou que as mudanças que pretende realizar à frente do Estado dependem de “muita gente envolvida”.

“Maurício [Bacelar] e João [Bacelar], na escola que eu estudei, fiz o ginásio no Luiz Tarquínio [Salvador], eu convidava os jovens e as mães para uma grande mobilização e um pacto pela educação pública em nosso estado. O governador pode muita coisa, mas não pode fazer tudo. Ninguém faz tudo sozinho ou quase nada fazemos sozinho. Para fazer as grandes mudanças que a Bahia e o Brasil precisam é preciso muita gente envolvida. O esforço de cada um é que produzirá o resultado que nós esperamos. Por isso, fico alegre e feliz em receber nesta tarde o apoio formal do PTN, porque aquilo que nós escrevemos em nosso programa de governo ganha mais força e pode se materializar com mais vigor, porque nós vamos ter mais gentes e mais pessoas em um mutirão maior”, discursou o líder baiano. Especula-se que o PTN comandará o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), mas até o momento não há nenhuma confirmação.

ONG Pierre Bourdieu

O esquema de corrupção que envolveu a ONG Pierre Bourdieu, prestadora de serviço junto à Secretaria de Educação de Salvador, deu prejuízo aos cofres públicos de cerca R$ 120 milhões. A operação "Prometheus", que investiga o caso deflagrado em 2013, colocou atrás das grades dirigentes da entidade, hoje todos em liberdade. Conforme investigação do Ministério Público da Bahia (MP-BA), a ONG foi contratada pela Secult, comandada na época por Bacelar - governo João Henrique -, com dispensa de licitação. O objetivo era "treinar e qualificar" professores e funcionários de escolas e creches da capital baiana. No total foram celebrados três convênios, todos com indícios de superfaturamento e desvio de recursos. O ex-secretário e deputado federal diplomado João Carlos Bacelar não foi citado no processo.

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