Política

Negócio entre Argolo e Youssef era pessoal, diz advogado do ex-deputado

Publicado em 18/04/2015, às 15h51   Cíntia Kelly (Twitter: @cintiakelly_)


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Preso pela Polícia Federal desde a sexta-feira passada (9), o ex-deputado federal Luiz Argolo (SD-BA) depôs por sete horas intercaladas entre a manhã, tarde e noite desta quinta-feira. O teor, embora não revelado pela Polícia, foi revelado, em parte, por seu advogado, Omar Elias Gehe, em conversa com o Bocão News.


“Foi um depoimento longo, mas satisfatório. Ele demonstrou que não tem nada a ver com desvios da Petrobras. Foi um relacionamento particular, pessoal. As acusações são infundadas. Não há nenhum vinculo com a Petrobras”, reafirmou.

Omar Elias rechaçou a possibilidade de Argolo optar pela delação premiada. “Não há motivos para isso. Ele esclareceu todos os fatos”, disse.  Argolo continua preso na sede da PF em Curitiba, cidade origem da Operação Lava Jato, deflagrada em março do ano passado.

Sobre as informações de que a mãe e o pai do ex-deputado, Vera Correia e Manoleito Argolo, eram usados por ele como laranjas, Omar Elias descartou-as. “Ele esclareceu que foi um negócio familiar, que não usou ninguém como laranja”.

A Folha de S. Paulo, com base na denúncia do Ministério Público Federal (MPF) oferecida ao Supremo Tribunal Federal (STF), revelou em matéria que Vera Lúcia de Barros Correia, mãe do ex-parlamentar, aparece como ‘fiel depositária’ de uma escavadeira Doosan S-340, que custa em torno de R$ 680.156,44, e de dois tratores compactados Bomag no valor de R$ 280.484,00 cada. Segundo a denuncia, os equipamentos foram solicitados por Argolo a Yousef que, em fevereiro de 2013.

Segundo o diário paulista, em 2013, Manoelito Argôlo ex-prefeito de Entre Rios, recebeu um depósito de R$ 60 mil feito pela contadora de Youssef, Meire Poza. A justificativa do depósito é a suposta venda de um terreno de 111 mil m² do ex-deputado ao doleiro. Os R$ 47 mil restantes da transação foram pagos por Poza a Élia dos Santos Hora, secretária de Argôlo no seu escritório em Salvador, e considerada "gerente dos negócios escusos" de Argôlo.

Também advogado de Élia, Omar Elias afirmou que não foi encontrada nenhuma relação dela como esquema de corrupção. "Tanto que ela foi liberada logo", finalizou. 

Publicada no dia 17 de abril de 2015, às 12h28

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