Política

Youssef diz que financiou campanhas de PP, PMDB, PT e Planalto sabia de tudo

Publicado em 11/05/2015, às 12h09   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O doleiro Alberto Yousseff afirmou nessa segunda-feira 911), durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, que financiou campanhas de partidos como o PT, PMDB e PP. O empresário foi mais além e contou que o Palácio do Planalto sabia do esquema de corrupção instalado na estatal.
Youssef disse ainda que financiou as campanhas dos senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) a pedido do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, mas evitou citar outros nomes.
Segundo Youssef, o financiamento da campanha de Raupp teria sido feito através de doação oficial da empreiteira Queiroz Galvão, enquanto o da campanha de Hoffmann teria sido feito em dinheiro. O dinheiro teria sido entregue em Curitiba a pedido de Costa.
De acordo com o doleiro, em 2011 ou 2012, houve “um racha” entre os líderes do PP e isso foi motivo de discussão dos líderes com a Casa Civil e a Secretaria-Geral Presidência da República, o que segundo ele, prova o conhecimento do alto escalão do governo federal.
De acordo com Youssef, Paulo Roberto Costa disse que o Palácio do Planalto é que iria designar o novo “interlocutor” do partido. O líder do PP, na época, era o deputado Nelson Meurer (PP-PR). Com o racha do partido, o Palácio do Planalto, com a participação de Paulo Roberto Costa, escolheu o deputado Arthur Lira (PP-AL) para substituir Meurer. Youssef disse que a troca de líderes foi feita por intermédio da então ministra Ideli Salvatti e do ex-secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Ele negou, porém, ter repassado recursos para a campanha de Dilma Roussef em 2010.
Ao responder a perguntas do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), relator da CPI, Youssef disse conhecer pessoas investigadas na Operação Lava Jato, como Fernando Soares (conhecido como Fernando Baiano), Júlio Camargo (da empresa Toyo Setal) e o ex-policial Jayme Alves de Oliveira Filho.
Youssef confirmou à CPI o que já havia dito em depoimentos de delação premiada. Segundo ele, Júlio Camargo representava as empresas Toyo e Camargo Corrêa. De acordo com o doleiro, Camargo pediu a ele dinheiro que seria usado para evitar um pedido de informações da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara sobre o aluguel de sondas pela Petrobras.
"Ele [Camargo] me pediu que fizesse a ele operação a respeito de aluguel de sondas que ele fez com Soares para a Petrobras. Ele me disse que precisava pagar por conta de requerimento que o Fernando [Soares] tinha pedido ao deputado Eduardo Cunha para que pedisse à Comissão de Fiscalização informações sobre a Mitsui Toyo. Então ele me pediu que entregasse recursos para Fernando Soares", disse.
Segundo investigação do Ministério Público, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o pedido de informações da Câmara sobre aluguel de sondas da Petrobras à Toyo seria decorrente do atraso no pagamento de propina para Soares. O requerimento seria uma maneira de pressionar a empresa a fazer o pagamento.
Fonte: Correio do Brasil.

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