Política

Lídice nega que PSB será porto seguro para petistas prefeituráveis

Publicado em 18/05/2015, às 08h11   David Mendes (Twitter: @__davidmendes)


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Foto: Gilberto Jr. / Bocão News

A um ano e meia para as eleições municipais e com o PT já admitindo dificuldades na disputa pelas prefeituras em 2016, petistas históricos que pretendem disputar o pleito têm ameaçado abandonar o partido. Em entrevista ao Bocão News neste sábado (16), durante seminário do PSB para tratar pontos da reforma política em um hotel de Salvador, a senadora Lídice da Mata, presidente da sigla na Bahia, falou sobre a possibilidade de disputar a prefeitura de Salvador, principalmente que um dos apoiadores para que lance o seu nome seria o ex-governador Jaques Wagner. Lídice ainda negou que a legenda servirá de porto seguro para que petistas ancorem suas candidaturas no pleito do ano que vem. Confira a entrevista:

Por David Mendes

Bocão NewsDiversos petistas ensaiam a ida para o PSB, visando as eleições de 2016, já que o partido enfrenta desgastes e as dificuldades devem permanecer até lá. Na Bahia, nomes como Luiz Caetano, em Camaçari; Geraldo Simões, em Itabuna; o próprio Walter Pinheiro, em Salvador – mas parece que o PSD é quem está no páreo – não preocupa o PSB ser visto como um porto seguro para receber petistas, o partido que na Bahia é aliado do PT? Os eleitores não podem pensar em um estelionato eleitoral, por exemplo, quando um “ex-petista” ser eleito pelo PSB e, ao assumir o mandato, colocar em prática as bandeiras que sempre defendeu como petista?

Lídice da Mata – “A filiação partidária é uma decisão da pessoa. É individual, ela não é coletiva. Nunca aceitamos filiações coletivas. E o partido analisa, se recebe ou não essa pessoa, conversando com ela, sempre dialogando muito, se há entendimento do seu programa, se há uma concordância com suas práticas políticas. Toda a liderança que vem para o PSB, vem com esse condicionante. O fato de haver desgastes do PT, não é um fato que possa contaminar todas as pessoas, e muitas pessoas de bem, que existem no PT. Isso é uma posição sectária, fundamentalista. Ninguém entra no partido, na nossa regra, para garantir legenda para disputar. Todos vêm para se filiar ao PSB. Quem vier com essa intenção, tem que repensar sua posição, porque, entrando no PSB, o PSB discutirá esta candidatura ou não. Poderá ou não ser candidato. Não vamos aceitar a pessoa entrar no partido só para ser candidato. Aí, perde a eleição e sai do partido?”


Wagner estaria a arquitetar diversas candidaturas da base nas eleições em Salvador

BNewsParece que existem uns convites [como o do ministro Wagner] para a senhora disputar as eleições em Salvador. Colocará seu nome à disposição? Acredita que o pleito no 1º turno será pulverizado, com diversas candidaturas?

Lídice – Sou uma militante política que sempre estive à disposição do meu partido para tudo, inclusive para tarefas que são muito difíceis, como a última eleição. Saímos do governo, que tínhamos uma participação, e foi a composição que me elegi, para assumir uma tarefa que o partido nacional me reivindicou que foi ter uma candidatura ao governo do Estado da Bahia. Por mais que essa fosse uma tarefa muito difícil e em condições também muito difíceis, principalmente após a morte de Eduardo [Campos]. A minha disposição é esta. Enquanto estiver na política, estarei para assumir as tarefas políticas que o conjunto do partido compreender necessária. Existe também a vontade individual. Ninguém pode ir para determinadas tarefas sem compreendê-las e sem dar de si individualmente tudo que estiver condições de dar. Estou à disposição do meu partido para 2016, como sempre estive. Se a eleição terá dois, três, dez candidatos, a luta política vai decidir um pouco. Agora, para existir a nossa candidatura, temos condicionantes. Mesmo que o partido deseje ter uma candidatura à prefeitura de Salvador, uma candidatura não pode nascer apenas de um desejo de um grupo de militantes, ou mesmo do partido como um todo. O próprio partido precisa fazer a sua tarefa, garantir alianças, garantir condicionantes para que aquela candidatura se torne viável.

BNews - Chegou a hora do PT na Bahia discutir as políticas de alianças, inclusive criticadas muitas vezes pela senhora nas eleições do ano passado, e abrir caminho para os aliados que estão há anos apenas como coadjuntes na busca pelo poder?

Lídice - Sempre o momento de se pensar, quando se trata de governo de alianças muito amplas, pensar em abrir caminho para os aliados. E abrir caminho para os aliados dentro de um posicionamento político que se aproxime, claro, da composição majoritária. É sempre um momento. Se vem uma outra eleição, ótimo. É a hora.

Entrevista postada domingo (17), às 13h.

Classificação Indicativa: Livre

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